Em um início irregular de Série B, o Náutico vai, aos poucos, se encontrando para buscar o bloco de cima da competição. O Alvirrubro teve, curiosamente, na era dos pontos corridos, a sua segunda pior largada nas dez primeiras rodadas da Segunda Divisão. Mas é um caso que pode ser visto por ângulos diferentes. Isso porque o início está próximo da média apresentada nestas oito temporadas de 2006 para cá, que é de 15,6 pontos. Ou seja, encaixa-se na dualidade do copo “meio cheio” ou “meio vazio”.
O levantamento, feito pelo estatístico Thiago Minhoca, aponta também curiosidades. Nos anos em que o Náutico teve as melhores arrancadas, em 2010 com 23 pontos, e 2015 com 21, o Timbu perdeu gás na reta final da Segundona e não conseguiu o acesso. Porém, nas duas vezes em que ascendeu para a Série A, obteve números próximos do que alcançou até agora na atual temporada. Em 2006, marcou 17 pontos nesta altura do campeonato, e em 2011 fez 16. Pontuações que, no recorte deste ano, colocariam o Alvirrubro, no máximo, na sétima posição. A história da própria competição mostra que estar entre os quatro melhores colocados nesta altura do torneio não dá nenhuma garantia de que o desempenho será mantido até o fim. Porém, é óbvio que a regularidade vinda desde o começo traz uma tranquilidade maior para se desenvolver o trabalho.
O Náutico tem um início de oscilações nesta Série B. Nos quatro primeiros primeiros jogos, com Gilmar Dal Pozzo e a Dudu Capixaba, o Timbu marcou apenas três pontos - empatou três vezes e perdeu uma -, resultando em um aproveitamento de 25% na competição. Depois, com a chegada de Gilson Kleina, foram seis confrontos, com três vitórias, dois empates e uma derrota. 11 pontos e um aproveitamento de 61,1%. Mantendo este percentual com o atual comandante até o final da competição, o Alvirrubro somaria mais 49 pontos e encerraria a 38ª rodada com 65. Historicamente, entraria na faixa que garante o acesso.
“O que a gente enxerga é que a Série B é uma maratona. Não é uma prova de 100 metros rasos. É um campeonato de resistência que você tem que pontuar ao longo dele. Acho que a gente iniciou mal, tivemos que fazer algumas correções, entendemos que elas surtiram efeito e é questão da gente consolidar o desempenho com os resultados e ir pontuando, acumulando pontos. Não adianta tentar resolver essa Série B no começo. Não consegue. É um campeonato longo e o que importa é estar dentro do G4 na última rodada”, analisou o vice-presidente de futebol do Náutico, Diógenes Braga, em entrevista ao repórter Antônio Gabriel, da Rádio Jornal.
- 2006: 17 pts*
- 2010: 23 pts
- 2011: 16 pts*
- 2014: 15 pts
- 2015: 21 pts
- 2016: 17 pts
- 2017: 2 pts**
- 2020: 14 pts
*: Ano em que o Náutico subiu.
**: Ano em que o Náutico caiu.