Fora do top-10, Náutico precisa de rendimento que apenas quatro times tiveram desde 2006 para subir

Desde 2006, apenas quatro equipes que estiveram fora da primeira metade da tabela da Série B, nos primeiros 13 jogos da competição, conquistaram o acesso ao final de 38 rodadas
Antonio Gabriel e Klisman Gama
Publicado em 08/10/2020 às 19:39
Técnico Gilson Kleina passa por momento complicado com má fase do alvirrubro Foto: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM


A campanha do Náutico até agora na Série B não corresponde às expectativas de um clube que tem como objetivo o acesso à Primeira Divisão. Ao todo, em 13 partidas disputadas, o aproveitamento é de 38,5% com 15 pontos conquistados e a 13ª colocação na tabela. Diante disso, a reportagem da Rádio Jornal reuniu dados baseados em todas as edições da Segunda Divisão desde 2006 (ano de estreia do formato de pontos corridos), para tentar entender a conjuntura na qual o Timbu se encontra até aqui no certame, e, principalmente, o que é preciso ser feito para o acesso.

Antes de qualquer explanação ou dado, vale ressaltar que cada campeonato conta sua própria história e cada campanha tem sua particularidade. As estatísticas qualificam, quantificam e armazenam dados, apontam retrospectos e servem como base num futebol cada vez mais analítico, mas não constroem destinos. Daí cabe ao Alvirrubro fazer a sua parte e contrariar estes números para conquistar o sonhado acesso à elite do futebol nacional.

Histórico da competição

Com 13 partidas disputadas e considerando que se encontra hoje fora do top-10 da Série B, o Náutico busca um feito que aconteceu em apenas quatro das 14 edições da Segundona por pontos corridos. Somente em 2006, 2016, 2017 e 2018 uma equipe que estava fora da primeira página da tabela acabou conquistando o acesso ao final das 38 rodadas.

Em 2006, na primeira edição da Série B por pontos corridos, o América-RN se encontrava na 12º colocação com 16 pontos após 13 partidas, num aproveitamento de 41%. Após isso, teve 14 vitórias, três empates e oito derrotas nos últimos 25 jogos, um aproveitamento de 60% que se apoiou numa sequência de 11 vitórias em 15 jogos. O Dragão potiguar encerrou o campeonato com 61 pontos na ocasião, no quarto lugar.

Já em em 2016, o Avaí estava na 14ª posição com 15 pontos e um aproveitamento de 38,5% após 13 rodadas. Daí em diante, o clube catarinense conquistou impressionantes 15 vitórias, seis empates e quatro derrotas nos 25 jogos restantes, somando 68% de aproveitamento. Também houve uma arrancada que favoreceu o Leão da Ressacada, com 11 vitórias em 14 jogos. O time avaiano encerrou a competição na vice-liderança, com 66 pontos.

O outro caso foi do Paraná Clube que, em 2017, somava 17 pontos após 13 jogos, um aproveitamento de 43,6% e ocupando a 12ª colocação. Nos 25 jogos restantes foram 14 vitórias, cinco empates e seis derrotas, um aproveitamento de 62% que contou com uma arrancada de 12 vitórias em 14 partidas. No fim, o Paraná garantiu sua vaga na Série A com 64 pontos na quarta posição.

Por fim, em 2018, após 13 rodadas, o Goiás ocupava a 16º colocação com 15 pontos conquistados, tendo, inclusive, o mesmo aproveitamento atual do Náutico (38,5%). Nos 25 jogos restantes teve 60% de aproveitamento, vencendo 14 jogos, empatando três e perdendo oito. O detalhe é que o alviverde contou com uma sequência positiva de 10 vitórias em 13 jogos. Ao fim do campeonato, o Goiás conquistou o acesso com 60 pontos na quarta colocação.

As quatro campanhas apontadas mostram padrões de aproveitamento, pontuação e desempenho. Para o time que, depois de 13 jogos, estava fora das dez primeiras posições, foi necessário um aproveitamento de, no mínimo, 60% nas últimas 25 partidas do campeonato para a conquista do acesso.

Considerando que o Náutico hoje tem 15 pontos, se somarmos esses 60% de aproveitamento em 25 rodadas, o Alvirrubro terminaria o campeonato com 60 pontos. No entanto, o atual corte do G-4 é de 63. Por fim, todas as equipes citadas acima tiveram uma sequência de vitórias na competição, algo que o Timbu precisa conquistar para atingir seu objetivo.

Campanhas alvirrubras na Série B

Desde 2006, o Náutico participou de oito edições da Série B, conquistou dois acessos (2006 e 2011) e acabou rebaixado em 2017, último ano em que jogou a Segundona.

Excetuando o ano da queda, a atual campanha tem representado o pior começo do Timbu na competição no quesito aproveitamento, com 38,5% após 13 jogos e 15 pontos conquistados. Mesmos números do ano de 2014 quando o clube acabou a Segunda Divisão no 13º lugar.

O melhor início do alvirrubro na Série B após 13 partidas aconteceu em 2010 e 2015, quando somava os mesmos 24 pontos e também ocupava a 5ª colocação nesta altura do campeonato. Porém, coincidentemente, em nenhuma das duas oportunidades o Náutico conseguiu subir para a Primeira Divisão. Em 2010, terminou a disputa com 48 pontos, na 13ª posição. Em 2015, encerrou com 63 pontos e no 5º lugar. 

 

Equipes que estavam fora do Top-10 na 13ª rodada e conquistaram o acesso

2006 - América-RN:

13ª rodada - 16 pontos (12º)
38ª rodada - 61 pontos (4º)

2016 - Avaí:

13ª rodada - 15 pontos (14º)
38ª rodada - 66 pontos (2º)

2017 - Paraná Clube:

13ª rodada - 17 pontos (12º)
38ª rodada - 64 pontos (4º)

2018 - Goiás:

13ª rodada - 15 pontos (16º)
38ª rodada - 60 pontos (4º)

Náutico nos 13 primeiros jogos da Série B (pontos corridos)

- 2006: 23 pts* - 1º lugar
- 2010: 24 pts - 5º lugar
- 2011: 23 pts* - 4º lugar
- 2014: 15 pts - 14º lugar
- 2015: 24 pts - 5º lugar
- 2016: 21 pts - 5º lugar
- 2017: 6 pts** - 20º lugar
- 2020: 15 pts - 13º lugar

*: Anos em que o Náutico subiu
**: Ano em que o Náutico caiu

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