Nesta sexta-feira (30), o Náutico apresentou o seu novo executivo de futebol, Fernando Leite. Com 46 anos e vindo de um bom trabalho no Cuiabá, que está no G4 da Série B, o novo dirigente remunerado falou sobre suas características, seu último trabalho - que contou com sua demissão inesperada - e garantiu estar “vivendo” o Timbu desde que chegou ao Recife. Em uma longa entrevista coletiva, evitou comentar sobre novas contratações, pois ainda está conhecendo o elenco, e que irá fazer uma análise junto à comissão técnica e o vice-presidente de futebol, Diógenes Braga, para detectar quais as carências para, se necessário, reforçar o time.
Fernando Leite também comentou que é acostumado a trabalhar com orçamento limitado, como o do Náutico, e valorizou o posicionamento adotado pelo clube de não extrapolar o planejamento financeiros. Ele destacou o trabalho de base feito pelo Alvirrubro, que busca revelar jogadores e negociá-los para gerar caixa para investir e pagar dívidas. Confira os principais tópicos da entrevista do novo executivo do Timbu.
A experiência no Cuiabá é bem marcante porque é recente. É um trabalho onde é um clube diferente de todos que passei anteriormente. Um clube com dono, onde o contato direto é com ele. Cheguei em uma situação que desde o início já passada pelos donos do clube, em que na parte de contratação é feita diretamente pelo dono juntamente com o treinador e comigo que cheguei. Porém todos conversavam e a decisão é sempre deles. Formato diferente e que se adapta rapidamente. Tínhamos um elenco qualificado para o Estadual e para o Brasileiro. Infelizmente, com a pandemia, a gente acabou não tendo a sequência do Estadual. Fiz apenas cinco jogos e nos classificamos para a fase final da competição, que acaba agora em novembro. A partir daí foram chegando os reforços e o trabalho do Cuiabá é muito diferente dos outros. É um clube que tem uma torcida pequena ainda, a imprensa também é muito pouca no dia a dia, não tem essa dificuldade de lidar com a imprensa. Então a cobrança maior desde a minha chegada, foi explicada pelos donos. É a cobrança interna de um clube organizado, que cumpre com seus compromissos rigorosamente em dia, assim como é aqui no Náutico.
Em todo segmento, seja da nossa vida ou no futebol, existe algum tipo de divergência. E nesse momento, o posicionamento de um determinado fato ocorrido não agradou, eu tive que me posicionar dentro da minha função. Mas houve um entendimento e foi tudo muito bem esclarecido internamente. Foi um fato isolado, mas acabei deixando o clube de uma forma que muito não entenderam, mas para a gente que estava no dia a dia se entende. É vida que segue. E esse excelente trabalho que fiz lá me possibilitou vir a ser convidado a ser executivo de futebol do Náutico, algo que me deixa muito feliz, muito motivado. É dentro da mesma competição que eu vinha disputando, conheço vários atletas com quem trabalhei, e o Cuiabá segue a vida dele. Desejo muita sorte a todos que ficaram lá, tenho um carinho muito grande pelo clube e pelas pessoas, e a partir de hoje meus esforços, meus contatos e relacionamento serão todos voltados para o Náutico.
É para isso que venho para o Náutico, para dar tranquilidade a todos os atletas para que possam atuar da melhor forma possível, para a comissão técnica pensar somente nos nossos adversários, nossos atletas e quem está em condição, e nossos colaboradores e demais profissionais da área que possam estar trabalhando integrados em uma comunicação ativa, sem quebra, porque se tivermos uma harmonia fora de campo, dentro de campo ela também acontece. O que trago de lá para cá é isso. Saber que o futebol não se resume somente ao trabalho de campo. Tem toda uma estrutura que envolve o dia a dia e consegui ser parte desse processo. Ninguém faz nada sozinho e isso que falei ao pessoal na minha chegada que todos são importantes no processo, por isso as coisas tendem a dar certo.
Cheguei e já estou vivendo o clube desde a minha chegada. Conheci o presidente Edno, já conhecia o Diógenes, estou conhecendo a comissão técnica e todas as pessoas que trabalham no clube, para eu poder entender o momento. Faço parte do trabalho a partir de agora e, dentro do entendimento de todos que compõem o clube hoje, iremos analisar. O mercado está aí, os contatos temos muitos e não sou eu que vou decidir isso. Vamos decidir juntos. Mas o primeiro passo de quem chega é conhecer onde está pisando, analisar a equipe estando aqui. A partir de agora tenho certeza que juntos chegaremos a um entendimento e, no momento certo, se necessário, buscaremos alguma peça que se encaixe no perfil técnico, financeiro e que não saia do planejamento inicial feito pela diretoria.
Estou chegando feliz por ser a minha primeira equipe no Nordeste e também por trabalhar com uma comissão qualificada. O que tenho a dizer, sobre o que a diretoria passou, é que me deixaram muito à vontade, buscaram todas as informações sobre o meu trabalho e a minha pessoa e fico feliz de ter sido escolhido dentre tantos profissionais que foram indicados. Por isso eu chego ciente da responsabilidade. Iremos analisar o nosso dia a dia e decidir juntos, acho que é essa função do executivo, analisar o clube que está chegando e respeitar as diretrizes e o estatuto, o que é determinação e o planejamento. Não é à toa que o Náutico é visto com a sua vida financeira equilibrada e controlada