Com apenas duas competições oficiais por disputar em 2021, o investimento do Náutico na contratação de reforços tem sido mais tímido neste início de ano. A não participação na Copa do Nordeste e Copa do Brasil causou problemas no planejamento financeiro da temporada, uma vez que as cotas das duas competições costumam ser um alento nos cofres do clube. Neste contexto, para iniciar o pernambucano, o Timbu apostou na manutenção da base que atuou na Série B junto com a chegada de poucos reforços, que juntos, representam uma folha salarial em torno de R$ 600 mil. De acordo com o vice-presidente de futebol alvirrubro, Diógenes Braga, para qualificar o elenco antes do início do nacional, que requer um nível mais elevado, será preciso um incremento no orçamento. Para conseguir isso, a diretoria aposta na nova campanha de sócios que deve ser lançada ainda nesta semana.
"A gente pretende trabalhar com uma folha salarial no pernambucano na casa dos R$ 600 mil. Isso foi o nosso orçamento apresentado ao Conselho Deliberativo. Pretendemos sim fazer um incremento no Campeonato Brasileiro. Contudo, isso vai depender bastante da capacidade de captação de recursos que a gente tenha. A gente lança essa semana uma campanha de sócios e a gente tem uma expectativa muito boa. Acreditamos que pode realmente ser um plus importante no nosso orçamento", disse em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, durante a exibição do programa Bola Rolando.
- Náutico bate Sete de Setembro, mantém 100% de aproveitamento e assume liderança do Pernambucano
- Ouça o gol da vitória do Náutico em cima do Sete de Setembro nas ondas da Rádio Jornal
- Mesmo com amistoso, Hélio não enxerga de forma positiva longo intervalo entre jogos do Náutico
- Rafinha deve estrear pelo Náutico contra o Vera Cruz
- Com cinco gols em dois jogos, Kieza desponta como forte candidato à artilharia do Pernambucano
- Ari Barros revela que Náutico está próximo de acerto com um zagueiro
Com a campanha prestes a ser lançada, ele também destacou a importância do sócio alvirrubro, que se manteve ao lado do clube mesmo em meio às dificuldades impostas pela pandemia da covid-19. "É válido colocar que o associado, mesmo com a pandemia, sempre esteve muito presente. Então a gente acredita muito numa boa resposta dessa campanha e ela pode sim ser um diferencial que traga para gente a possiblidade de um incremento de folha, como outras situações, como negociações de atletas", acrescentou.
Apesar de ter elogiado a postura do torcedor alvirrubro, a realidade é que o Náutico teve uma queda acentuada no número de sócios desde o início da pandemia, em março de 2020, especialmente em razão da paralisação das competições. Ao fim daquele mês, o clube teve um total de 2 mil pedidos de cancelamento no plano de sócio torcedor. Meses depois, no retorno dos jogos sem a torcida nos Aflitos, o número continuou em queda. Atualmente o Timbu conta com 9.360 adimplentes, bem distante do número que chegou a mais de 15 mil em 2019.
Além da queda no número de sócios, a pandemia do novo coronavírus também trouxe outros reflexos negativos para à gestão do Náutico, assim como tem sido em clubes do mundo todo. Notabilizada por honrar as obrigações desde que assumiu o clube, em janeiro de 2018, a gestão do presidente Edno Melo passou a ter problemas com o pagamento de salários na temporada passada. Para suplantar este problema, portanto, o dirigente alvirrubro afirmou que é necessário continuar seguindo o modelo de gestão austero, respeitando prioritariamente o orçamento estabelecido e apresentado ao Conselho Deliberativo, para não contratar atletas demasiadamente sem ter como pagar.
"A gente hoje encontra-se com uma imagem atrasada. Temos funcionários em dia, carteira em dia, mas uma imagem atrasada, que a gente tem corrido para deixar em dia também. Tem sido muito difícil a parte financeira durante a pandemia. A gente tem realmente uma inviabilidade enorme, mas mesmo assim, temos buscado ao máximo cumprir com as obrigações. Por isso, inclusive, esse rigor que a gente tem de obedecer esse orçamento para não criar ainda mais problemas com uma folha que não podemos pagar", concluiu Diógenes Braga.