Em uma temporada com dificuldades financeiras, o Santa voltou a recorrer com mais à suas categorias de base. Nesta temporada, além dos jogadores que foram oriundos do Sub-23, nove vieram dos juniores. Alguns deles, foram integrados ao elenco profissional somente nesta temporada. A transição pode ser difícil, mas o fator extracampo bom desses atletas contribui para uma adaptação mais rápida. Outro ponto que contribui bastante no processo são as referências que os garotos encontram no profissional, como o zagueiro Danny Morais, de 34 anos, e o atacante Pipico, de 35.
Os experientes jogadores são os principais líderes do elenco coral nas últimas temporadas. Não somente pela qualidade técnica, mas pelas atitudes fora das quatro linhas. Eles participam ativamente no acolhimento dos jovens e na orientação do dia a dia. Essa proximidade, além do exemplo dado pelo profissionalismo, é bastante destacado pela comissão técnica do clube.
"A gente tem até um ponto a mais com esse aspecto de maturação com os atletas chegando no profissional, porque temos duas grandes referências lá em cima, que são o Danny Morais e o Pipico. São dois caras que abraçam a ideia de cuidar da base e abraçam os atletas quando chegam lá. Eles são, verdadeiramente, como pais dos atletas lá em cima. São os caras que estão cobrando, que mostram mais do que os atletas. São os primeiros que chegam nos treinos, os últimos que saem, os que correm mais. Então isso acaba sendo até uma cobrança involuntária para os atletas da base, porque quando os caras chegam lá, vêem que esses ídolos no Santa Cruz correm mais do que qualquer um outro. Então não tem como um atleta da base subir para o profissional querer calçar o chinelinho ou qualquer outro tipo de coisa", comentou o técnico do Sub-20 coral, Felipe Alves, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Com a experiência adquirida ao longo de 14 anos de carreira, Danny Morais rodou por vários clubes pelo país e no mundo, e criou uma identificação grande com o Tricolor. Ele se mostra disposto a ajudar as crias da base coral e passar lições que aprendeu na profissão. Vai além de motivar. É mostrar o caminho por onde esses garotos devem seguir, mantendo o pensamento centrado em conquistar e crescer, sem se desviar no percurso.
"Por incrível que pareça, eles são muito tranquilos. O que a gente faz muito, e outro dia que fiquei de fora me recuperando fiz: treinei normalmente, tinham uns meninos que não estavam indo para jogo e a gente conversou. Damos dicas de quem já passou por isso, já sofreu e quem sabe um pouco mais o caminho, de como é difícil, e trocar essas experiência. Fui muito ajudado por alguns, outros nunca olharam para mim para dar uma palavra de incentivo, e aprendi muito com os que me ajudaram e fizeram, e aprendi com os que não fizeram nada, para não ser assim", completou o capitão coral.