A disputa pelo direito de ocupar a Avenida Paulista no 7 de Setembro é forte sinal de que a polarização envolverá cada vez mais as ruas e elevará a tensão política daqui até o final das eleições. Nos bastidores do Ministério Público e da PM, o embate pela prerrogativa de usar a via gerou preocupação em relação à segurança das manifestações. Como mostrou o blog da Coluna, opositores de Jair Bolsonaro levarão ao MP pedido contestando a liberação da avenida para os apoiadores do presidente: alegam ser a vez deles no rodízio mediado pela PM.
A percepção das autoridades é de que os ânimos estão se exaltando em São Paulo e no País. O medo é de desrespeito ao rodízio e consequente conflito.
A disputa também indica que os tribunais deverão ser mais acionados. "Teremos uma expansão desse componente de judicialização. Isso agrega valor às narrativas polarizadas", diz o cientista político Creomar de Souza.
A PM-SP autorizou apoiadores de Bolsonaro a ocupar a Paulista no Dia da Independência porque a esquerda se manifestou no dia 24 de julho.
Os opositores do presidente contestam: entendem que a vez é deles, pois o último embate por data teria sido em 1 º de maio, quando bolsonaristas realizaram seu ato.
"Estão se valendo muito do Judiciário no sentido de proteger as ideologias de cada polo. É preciso aprender a fazer política independentemente da judicialização", diz o promotor e professor Clever Vasconcelos.
As consequências das ameaças de Bolsonaro ao STF: 1) ninguém mais acredita na conversinha de que "ministros moderados tentam convencer o presidente a evitar atritos". Quem está no Planalto joga junto do presidente.
2) Com seus vitupérios, Bolsonaro levanta bolas açucaradas para Rodrigo Pacheco cortar e marcar pontos importantes jogando do lado certo da quadra, o da democracia.
Parlamentares da Comissão de Acompanhamento do MEC vão defender a reabertura das inscrições do Enem e endossar uma ação de entidades no STF sobre o exame. Eles criticam uma regra que dificulta a isenção da taxa de inscrição.
Danilo Forte (PSDB-CE) recebeu de Rose de Freitas (MDB-ES) a missão de acompanhar o andamento dos programas financiados por verbas federais. Conforme mostrou o Estadão, o Congresso deixou de fiscalizar o Orçamento aprovado pelos próprios parlamentares.
Forte disse à Coluna pretender criar comitês responsáveis por monitorar cada área da execução orçamentária, inclusive de anos anteriores, mas com especial atenção para a atual, que está atrasada.
Tomás Covas, filho de Bruno Covas (morto em maio último), terá sua ficha de filiação ao PSDB abonada hoje por líderes e militantes do partido, em ato em São Paulo.
* COM MATHEUS LARA. COLABOROU PEDRO VENCESLAU.
Romário Faria
Senador (PL-RJ)
"A fala revela um odioso e ultrapassado preconceito em relação às crianças com deficiência", sobre Milton Ribeiro ter dito que elas "atrapalham" em sala de aula