Coluna do Estadão

Avanço de Bolsonaro entre evangélicos leva Lula a ampliar referências religiosas em discurso

Em evento com o Solidariedade, ontem, petista citou "Deus" quatro vezes e "Bíblia", duas. Também se afirmou como "cristão" em duas oportunidades

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Mariana Carneiro

Publicado em 04/05/2022 às 9:02 | Atualizado em 04/05/2022 às 9:04
Lula recebeu o apoio de Paulinho da Força, do Solidariedade - SOLIDARIEDADE

Um dos pontos marcantes do discurso de Luiz Inácio Lula da Silva ontem, no Solidariedade, foi o número de referências religiosas. Ele citou "Deus" quatro vezes e "Bíblia", duas. Também se afirmou como "cristão" em duas oportunidades. "Lula acordou católico. Ou crente", disse um aliado. O assunto pode ter ficado na cabeça dele após a leitura de uma pesquisa interna, que saiu anteontem e trouxe duas informações à campanha petista, segundo aliados. Uma, boa. Ele mantém folgada vantagem sobre Bolsonaro nos levantamentos espontâneos. E a segunda, negativa, a de que o presidente ganhou mais pontos entre evangélicos, conquistando eleitores até então indecisos nesse segmento.

Verbo

Uma das estrelas do evento foi o pastor Paulo Marcelo Schallenberger, citado nominalmente por Paulinho da Força. Ele diz que tem orientado Lula a mencionar Jesus e a Bíblia durante as falas sobre fome e
pobreza. E a fechar entrevistas com "Deus abençoe".

Verbo 2

No fim do evento, ele gravou um vídeo ao lado de Geraldo Alckmin, em que o ex-governador diz que os
evangélicos são "irmãos em Cristo". Alckmin, que é católico, foi destacado para se aproximar de eleitores religiosos.

Canal

Para aliados, a fala mostra uma inflexão no discurso de Lula, que até agora vinha falando "para dentro", ou seja, para a esquerda. E que isso ficará ainda mais claro no dia 7 de maio, quando o candidato assumirá um discurso para atrair eleitores de um espectro mais amplo, focando principalmente a economia.

Cada...

No MDB, a avaliação é a de que as discussões sobre uma candidatura única de terceira via se esgotaram e que cada um dos três candidatos, Simone Tebet (MDB), Luciano Bivar (União) e João Doria (PSDB), sairá sozinho. O anúncio do dia 18 é tratado apenas como pro forma.

...um...

Integrantes do partido avaliam que o processo tem sido desgastante para o MDB, uma vez que Doria nunca sinalizou sair da disputa e, neste ínterim, apenas minou Tebet. Até os que preferem Lula hoje aceitam o nome dela para evitar a bolsonarização do partido, como mostrou o Estadão.

...por si

Já no antigo DEM que compõe o União Brasil, a torcida é para que Luciano Bivar saia mesmo candidato.
Não para vencer, mas para perder força dentro da sigla, em meio a uma campanha que consideram cara e sem propósito.

Pare

A Bradescard e a Bradesco Cartões tiveram encerrado um processo que corria no BC e que tratava da cobrança de tarifas consideradas indevidas no Alô Saque e Alô Parcelado entre 2012 e 2017.

Pare 2

A decisão foi oficializada em 31 de março, após as empresas e seus executivos terem se comprometido, em 2019, a pagar multa e a devolver os valores cobrados de 90.489 clientes, um total de R 927 mil. Procurado, o Bradesco não comentou.

Pronto, falei!

"Não dá para tolerar episódios tristes de racismo na Câmara e em nenhum outro lugar. Que a Corregedoria apure", Milton Leite, Presidente da Câmara Municipal de SP, sobre fala de Camilo Cristófaro (PSB).

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