A ONU lançou nesta sexta-feira (24) uma iniciativa global "histórica", reunindo vários países, como França e Alemanha, para acelerar a produção de vacinas, tratamentos e testes contra o novo coronavírus e garantir seu acesso equitativo. Esta iniciativa foi apresentada durante uma conferência virtual que reuniu vários países, organizações internacionais, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS), fundações e empresas privadas.
"Esta é uma colaboração histórica para acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição equitativa de vacinas, diagnósticos e tratamentos contra a COVID-19", declarou o diretor-geral da OMS, a agência de saúde da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Nosso compromisso comum é garantir que todos tenham acesso a todos os instrumentos que visam a triunfar sobre a COVID-19", acrescentou.
Concretamente não se informou o mecanismo de cooperação que deverá ser adotado no âmbito desta iniciativa.
Com relação ao pacote financeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, supervisionará em 4 de maio uma conferência de doadores com o objetivo de arrecadar 7,5 bilhões de euros (US$ 8,1 bilhões).
Também se pronunciaram o presidente francês, Emmanuel Macron; a chanceler alemã, Angela Merkel; os chefes de governo italiano, Giuseppe Conte, e espanhol, Pedro Sanchez; bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Nem a China, onde os primeiros casos do novo coronavírus foram anunciados no final de dezembro, nem os Estados Unidos, hoje o epicentro da pandemia com quase 50.000 mortes e 900.000 casos, foram representados.
Em mensagem posterior enviada à AFP, um porta-voz da representação americana informou que autoridades dos Estados Unidos seguiam "profundamente preocupados sobre a eficácia da OMS, levando em conta que seus graves erros contribuíram para a atual pandemia".
Até o presente momento, a pandemia matou mais de 190.000 pessoas em todo mundo, e 2,7 milhões de pessoas foram oficialmente infectadas, segundo uma contagem da AFP com base em balanços oficiais.
Vencer a pandemia de coronavírus requer "o maior esforço de saúde pública da história", alertou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
"O mundo precisa desenvolver, produzir e garantir uma distribuição equitativa" de vacinas e tratamentos quando disponíveis, "não de uma vacina ou tratamento para um país ou região ou metade do mundo - mas uma vacina e tratamento acessíveis, seguros, eficazes, fáceis de administrar e universalmente disponíveis - para todos, em qualquer lugar", defendeu.
A preocupação vem principalmente dos países mais pobres, que não têm meios financeiros para competir com os mais ricos na corrida pela aquisição de estoques de vacinas, medicamentos, ou kits de diagnóstico.
Essa desigualdade de acesso já foi constatada em epidemias anteriores, e "não podemos aceitar isso de novo" na atual crise, alertou o diretor-geral da OMS.
Nesse sentido, "a África é extremamente vulnerável à devastação do vírus e precisa de todo o apoio e assistência possível", disse o presidente em exercício da União Africana, o sul-africano Cyril Ramaphosa.
O presidente da Aliança para as Vacinas (Gavi), Seth Berkley, destacou que "sem vacina, a COVID-19 nunca será vencida".
Em coletiva de imprensa celebrada mais cedo nesta sexta-feira, se declarou "otimista" sobre as perspectivas de desenvolvimento de uma vacina, mas se mostrou prudente sobre uma data.
"Se realmente tivermos sorte", poderia haver uma vacina no mercado em 12 ou 18 meses, quando normalmente é preciso contar com vários anos de pesquisa, de testes clínicos e de produção, segundo Berkley.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.