O mundo deveria ter escutado a OMS, diz seu diretor-geral

A pandemia do novo coronavírus matou mais de 207.000 pessoas em todo o mundo desde seu aparecimento na China em dezembro
AFP
Publicado em 27/04/2020 às 17:22
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que "os fabricantes podem fazer mais, pois receberam um financiamento público significativo" Foto: FABRICE COFFRINI / AFP


O mundo "deveria ter escutado" a Organização Mundial da Saúde (OMS) quando alertou sobre o novo coronavírus no final de janeiro, disse seu chefe nesta segunda-feira(27), enfatizando que a instituição não pode obrigar os países a seguir suas recomendações.

Enquanto a OMS é criticada pelos Estados Unidos pela demora de sua reação à covid-19, seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendeu, mais uma vez, sua ação.

Questionado sobre a política de desconfinamento, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro antes do pico da pandemia no Brasil, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que a OMS "não tem autoridade para obrigar os países a seguir suas recomendações".

"O mundo deveria ter ouvido atentamente a OMS porque a emergência global começou em 30 de janeiro", com 82 casos e nenhuma morte fora da China, declarou à imprensa em Genebra.

"E aconselhamos a todos que adotassem um amplo enfoque na saúde pública. Dissemos que os casos deveriam ser procurados, testados, isolados, assim como seus contatos. Os países que seguiram o conselho estão em uma posição melhor do que outros, é um fato", afirmou.

"Cada país poderia ter implementado todas essas medidas possíveis. Acho que é suficiente para mostrar a importância de ouvir os conselhos da OMS", insistiu.

A pandemia do novo coronavírus matou mais de 207.000 pessoas em todo o mundo desde seu aparecimento na China em dezembro, segundo um balanço da AFP com fontes oficiais.

Washington, que acusa a OMS de administrar mal a pandemia e atrasar os alertar para não ofender Pequim, suspendeu sua contribuição financeira à organização.

Diante dessas críticas, o chefe da OMS defendeu repetidamente a organização e, nesta segunda-feira, reforçou que vai "garantir a continuidade das recomendações baseadas em ciência e evidências. Caberá aos países segui-las ou não".

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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