Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, começaram a testar na última semana uma vacina contra o novo coronavírus (covid-19) em humanos. Caso a eficácia seja comprovada, doses devem ser disponibilizadas até setembro deste ano. Estima-se que cerca de 1.100 pessoas participarão do estudo. Metade receberá a fórmula contra o novo coronavírus e a outra parte tomará uma vacina amplamente disponível contra a meningite.
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Até agora, 550 participantes receberam a vacina e outros 550 receberam um placebo. Denominada de ChAdOx1 nCoV-19, a nova vacina é produzida a partir do material genético enfraquecida de um vírus do resfriado comum. Os pesquisadores adicionaram um material genético do coronavírus que é responsável pela produção das proteínas encontradas na superfície do Sars-CoV-2. A intenção é promover uma resposta imune do corpo a essa proteína, criando anticorpos capazes de proteger quem foi vacinado.
A avaliação será feita da seguinte forma: a equipe irá comparar o número de infecções pela covid-19 no grupo controle e no vacinado, neste caso, é necessário que alguns participantes do estudo desenvolva a doença. "Somos as únicas pessoas no país que desejam que o número de novas infecções permaneça alto por mais algumas semanas, para que possamos testar nossa vacina", afirmou Adrian Hill, um dos pesquisadores, em entrevista ao The New York Times.
Além dos EUA, o mundo realiza pesquisas para desenvolver vacina para o novo coronavírus. Mais de 100 projetos já foram iniciados.
Os cientistas da universidade britânica já haviam desenvolvido uma tecnologia em trabalhos anteriores sobre inoculações para outros vírus. Entre os testados, estava incluído um parente próximo da covid-19, o coronavírus que provoca a Mers.
A velocidade dos resultados vai variar, dependendo dos números de transmissão do vírus na sociedade. Quanto mais gente infectada, mais rápido conseguirão um número suficiente de participantes.
"Se a transmissão continuar alta, podemos obter dados suficientes em alguns meses para ver se a vacina funciona, mas se os níveis de transmissão caírem, isso pode levar até seis meses", afirmaram os pesquisadores.