Dez anos depois de uma das piores crises de sua história, a Grécia teme que sua economia caia de novo em uma recessão profunda provocada pela pandemia do coronavírus.
>> Senado pode votar neste sábado proposta de auxílio a estados e municípios
>> No Instagram, Madonna diz que testou positivo para anticorpos de coronavírus
Embora o país tenha menos casos de contágio e mortes do que seus vizinhos europeus, a Grécia "não será uma exceção na recessão muito profunda esperada em todo mundo", alertou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, na última terça-feira (28).
O país antecipava um crescimento de 2,4% para 2020. Com o confinamento geral imposto nas últimas seis semanas para conter a pandemia, espera-se agora uma redução de 10% no Produto Interno Bruto (PIB) para 2020, antes de uma recuperação de 5,5% em 2021, aponta o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Credor da Grécia junto com a União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu, o FMI acredita que o turismo, correspondente a 12% do PIB, sofrerá enormes perdas. O Estado grego pode perder de 8 bilhões a 10 bilhões de euros em receita este ano, segundo o primeiro-ministro.
O ministro das Finanças, Christos Staikouras, acredita que haverá uma recessão limitada a 4,7%.
O especialista Panayotis Petrakis afirma que "o cenário que permanece, se não houver agravamento da pandemia, é de um declínio de 6%". Para ele, professor de Economia da Universidade de Atenas, "a crise atual não é tão preocupante quanto a de 2010, que tinha características diferentes".
À época, a Grécia perdeu 25% do PIB, e o desemprego atingiu mais de 27% da população ativa. Hoje é de 16%, o mais alto da área do euro. "A nova recessão afetará o desemprego, mas não o custo dos títulos gregos", diz Panayotis Petrakis.