Veja com ficou a cidade de Beirute após explosão impressionante no Líbano

As explosões sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância
AFP
Carolina Fonsêca
Publicado em 04/08/2020 às 18:21
Os jornalistas foram proibidos de acessar a zona, segundo um correspondente da AFP. Foto: STR / AFP


Atualizada às 19h17

Duas explosões na região portuária de Beirute, capital do Líbano, registradas nesta terça-feira (4), devastaram o local e, segundo um balanço provisório informado pelo porta-voz do ministério da Saúde libanês, Reda Moussaoui, deixaram 73 e 3.700 feridos. Acredita-se que as explosões podem ter sido causadas por explosivos confiscados e guardados em um armazém "por anos", conforme declarou uma autoridade de segurança libanesa. 

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O cenário após o incidente é semelhante ao de um território de guerra. Nos arredores, há muitos danos e destruição. Duas horas após a explosão, chamas ainda podiam ser vistas na área. Um helicóptero carregava água do mar para apagar os incêndios.

A imprensa local divulgou imagens de pessoas presas nos escombros, algumas cobertas de sangue. "Pareceu um terremoto e, em seguida, uma grande deflagração e os vidros quebraram", contou à AFP uma libanesa no centro de Beirute.

 

As primeiras imagens que circularam em redes sociais mostraram as explosões por diversos ângulos da cidade. Os primeiros momentos dos registros mostram uma grande explosão, concentrada em uma região. Na sequência, outra maior causa uma gigantesca nuvem de fumaça que alcança, inclusive, os pontos onde havia pessoas fazendo os registros.

As explosões sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância.

Veja imagens do local após a explosão

Um navio atracado no porto estava em chamas, constataram jornalistas da AFP. Um oficial pediu a jornalistas que se afastassem do setor, temendo a explosão do combustível do navio. O setor portuário foi isolado pelas forças de segurança, que só permitem a passagem da Defesa Civil, de ambulâncias e dos bombeiros.

"Vimos um pouco de fumaça e depois uma explosão. E então um cogumelo (de fumaça). A força das explosões nos arremessou para dentro do apartamento", diz um morador do bairro Manssouriyeh, que viu a explosão de sua varanda, a vários quilômetros do porto.

Após as explosões, muitos moradores, alguns deles feridos, andavam pelas ruas em direção aos hospitais. Em frente ao centro médico de Clémenceau, dezenas de feridos, incluindo crianças cobertas de sangue, aguardavam atendimento, constatou um jornalista da AFP.

Quase todas as vitrines das lojas dos bairros Hamra, Badaro e Hazmieh estouraram, assim como os vidros dos carros. Nas ruas havia veículos abandonados com airbags acionados.

Segundo testemunhas, as deflagrações foram ouvidas até mesmo na cidade costeira de Larnaca, no Chipre, a mais de 200 km da costa libanesa.

"É uma catástrofe em todos os sentidos do termo", lamentou mais cedo o ministro da Saúde, Hamad Hassan, em declarações a várias emissoras de televisão após visitar um hospital na capital libanesa.

"Os hospitais da capital estão todos cheios de feridos", acrescentou, pedindo que as outras vítimas sejam levadas para estabelecimentos nos arredores da cidade.

Antes, o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, havia dito que as explosões poderiam ter sido causadas por "materiais altamente explosivos confiscados há anos", mas acrescentou que uma investigação determinará a "natureza exata do incidente".

No entanto, os responsáveis terão que "prestar contas", disse o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, que pediu ajuda aos "países amigos" do Líbano.

"Faço um apelo urgente a todos os países amigos e irmãos que amam o Líbano que se coloquem do nosso lado e nos ajudem a curar nossas feridas profundas", acrescentou.

O presidente Michel Aoun convocou uma "reunião urgente" do Conselho Superior de Defesa e o primeiro-ministro decretou um dia de luto nacional para a quarta-feira.

"É uma catástrofe. Existem corpos no chão. Ambulâncias estão pegando os corpos", disse à AFP um soldado próximo ao porto.

O Líbano passa pela pior crise econômica em décadas, marcada por uma depreciação cambial sem precedentes, hiperinflação e demissões em massa que alimentam a agitação social há vários meses.

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