O que se sabe sobre a explosão em Beirute, no Líbano

Em um ano que já se viu de tudo um pouco, com pandemia do novo coronavírus (covid-19), nuvem de gafanhotos, vespa assassina e tantas outras coisas atípicas, esse incidente no país asiático será mais um que entrará para a extensa lista
Douglas Hacknen
Publicado em 05/08/2020 às 0:02
PORTO Helicópteros com água do mar tentavam conter as chamas no final da tarde de ontem em Beirute Foto: IBRAHIM AMRO/AFP


Com imagens que surpreenderam o mundo nesta terça-feira (4), as explosões na cidade de Beirute, capital do Líbano, tomaram conta da timeline nas redes sociais. Em um ano que já se viu de tudo um pouco, com pandemia do novo coronavírus (covid-19), nuvem de gafanhotos, vespa assassina e tantas outras coisas atípicas, esse incidente no país asiático será mais um que entrará para essa extensa lista. Abaixo, entenda algumas questões sobre o ocorrido:

Local?

As explosões ocorreram na área portuária de Beirute, capital do Líbano, por volta das 12h (horário de Brasília). O local fica à beira-mar do Mar Mediterrâneo. Em vídeos postados nas redes sociais, foi possível ver uma enorme nuvem de fogo provocada pelas explosões, em cenas parecida com o de uma bomba nuclear. A violência do ocorrido foi tão grande que foi sentida em países vizinhos com o Chipre, por exemplo.

Mortos, feridos e causa?

Tendo causado a morte de pelo menos 78 pessoas e deixado cerca de 4 mil feridos na área portuária de Beirute, segundo o último balanço atualizado pelo ministério da Saúde libanês, o incidente ainda não tem uma causa confirmada. Até o momento dessa publicação, ainda não se sabe se foi um acidente ou um atentado terrorista. A explosão ocorreu em um depósito de nitrato de amônio.

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O que o nitrato de amônio?

O nitrato de amônio é amplamente usado como fertilizante na agricultura e estava armazenado em um local sem a segurança adequada por, ao menos, seis anos. O presidente do país disse ser "inaceitável" que essas 2.750 toneladas estivessem estocadas desta maneira. As explosões chegaram a ser ouvidas em Larnaca, no Chipre, a pouco mais de 200 km da costa libanesa.

Segundo especialista, o nitrato é seguro, desde que não seja aquecido. Um incêndio, fiação defeituosa ou relâmpagos podem ser suficientes para desencadear uma reação em cadeia. Mas, para que a explosão ocorra, deve haver também uma quantidade grande de nitrato de amônio.

Os materiais foram confiscados e armazenados em um armazém "por anos", conforme declarou uma autoridade da segurança libanesa. "Parece que há um armazém contendo materiais confiscados há anos, e parece que eram materiais muito explosivos", disse o diretor geral da Segurança Geral Abbas Ibrahim, questionado por jornalistas na área. "Os serviços responsáveis estão realizando a investigação, e dirão qual é a natureza do incidente", acrescentou.

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Em vídeos gravados de locais próximos à explosão, é possível ver cenas impressionantes do momento em que a explosão se torna maior e devasta as imediações. Beirute foi declarada "zona de desastre", anunciou o Conselho Superior de Defesa Libanês.

O cenário após o incidente é semelhante ao de um território de guerra. Nos arredores, há muitos danos e destruição. Duas horas após a explosão, chamas ainda podiam ser vistas na área. Um helicóptero carregava água do mar para apagar os incêndios.

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