As autoridades da Georgia informaram, nesta sexta-feira (6), que procederão a uma recontagem dos votos das eleições de terça-feira neste estado, onde o candidato democrata Joe Biden estava à frente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por uma pequena margem.
"Com uma margem tão pequena, haverá uma recontagem na Geórgia", disse a repórteres Brad Raffensperger, secretário de Estado, que é o conselheiro interno encarregado do processo.
O democrata Joe Biden está a um passo de chegar à Casa Branca, após tomar a liderança da contagem de votos também na Pensilvânia, mas a equipe de seu rival, o presidente Donald Trump - que denuncia fraude - alertou que "a eleição não acabou".
Com uma apuração que avança lentamente e um suspense que reina nos Estados Unidos desde terça-feira (3), a tendência na Pensilvânia se inverteu esta manhã e agora o ex-vice-presidente democrata está à frente do presidente republicano por pouco mais de 5.000 votos.
O candidato democrata tem 253 delegados e precisa alcançar o mínimo de 270 para chegar à presidência. Se vencer na Pensilvânia, que possui 20 delegados, pode alcançar seu objetivo. Trump, por sua vez, soma até agora 214 delegados no Colégio Eleitoral.
Nenhum veículo importante da mídia americana atribuiu ainda a vitória ao democrata, já que as margens estão muito acirradas.
Com a redução de suas chances, a equipe de campanha de Trump - que na quinta-feira afirmou, sem fornecer provas, que houve fraude nas eleições e que se considera o vencedor - enfatizou que "a eleição não acabou".
"Esta eleição não acabou. As projeções errôneas que dão Joe Biden como vencedor se baseiam em resultados de quatro estados que estão longe de serem definitivos", disse Matt Morgan, da equipe de Trump, em um comunicado.
Na quinta-feira, em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente disse: "Se contarem os votos legais, eu ganho facilmente. Se contarem os votos ilegais, podem tentar nos roubar a eleição".
Trump repetiu essas reclamações em um tuíte na madrugada desta sexta-feira e sua campanha iniciou várias ações na justiça para contestar os resultados e pediu uma recontagem em Wisconsin, onde Biden ganhou por apenas 20.000 votos.
A tática de Trump tem sido há meses deslegitimar o voto por correio, estimado em mais de 63 milhões e em maior porcentagem para Biden.
Após tensas eleições, em que a pandemia de covid-19 levou o voto por correio a quantidades recorde, o fim da apuração nos estados-chave e muito disputados pode determinar quem alcançará o número mágico dos 270 votos do Colégio Eleitoral.
Na madrugada desta sexta-feira, o impulso de Biden à Casa Branca se fortaleceu com a contagem dos votos no estado da Geórgia, onde o candidato democrata agora está à frente de Trump por poucos votos, segundo vários canais da televisão americana.
E a notícia de que começou a superar Trump na contagem da Pensilvânia consolidou ainda mais suas chances de chegar à Casa Branca.
Trump - que ganhou a Pensilvânia em 2016 - estava na liderança deste estado, mas sua vantagem diminuiu à medida em que os votos por correio, que favorecem majoritarimente Biden, foram contados.
Na quinta-feira, Biden se mostrou confiante em sua vitória junto com sua companheira de chapa Kamala Harris, e insistiu aos eleitores que sejam pacientes e que o resultado será conhecido "em breve".
"Continuamos nos sentindo muito bem sobre onde estão as coisas. Não temos nenhuma dúvida de que, quando a contagem terminar, a senadora Harris e eu seremos os ganhadores", disse o ex-vice-presidente de Barack Obama em Wilmington, Delaware.
Um indício de que a vitória pode estar ao alcance de suas mãos é o reforço do dispositivo de segurança que o Serviço Secreto implementará em torno de Biden, segundo informou o jornal Washington Post.
Os Estados Unidos não vivenciam essa incerteza eleitoral desde 2000, quando a Suprema Corte acabou julgando a favor do republicano George W. Bush na disputa com o democrata Al Gore.