França flexibiliza as restrições para a covid-19 próximo ao Natal

Negócios não essenciais poderão abrir já a partir deste sábado, mas com horário limitado e com rígidos protocolos de saúde
AFP
Publicado em 24/11/2020 às 22:42
A covid-19 já matou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo Foto: LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO


Depois de uma queda no número de casos da covid-19, a França permitirá a reabertura do comércio não essencial a partir do próximo sábado e planeja suspender o confinamento em 15 de dezembro, aguardando o início de uma campanha de vacinação no final do ano.

"Passamos do pico da segunda onda da epidemia", comemorou o presidente francês Emmanuel Macron, que anunciou nesta terça-feira (24), em um discurso transmitido pela televisão à nação, sua estratégia para suspender gradualmente as restrições impostas na luta contra o novo coronavírus.

>> França encontra primeiro criadouro de visons com mutação de coronavírus

Para impulsionar a já combalida economia francesa nas semanas que antecedem o Natal, negócios não essenciais - como livrarias, lojas de brinquedos ou lojas de roupas - poderão reabrir a partir deste sábado, mas com horário limitado e com um rígido protocolo de saúde negociado com profissionais do setor.

As crianças poderão retomar as atividades extracurriculares ao ar livre a partir da mesma data e os locais de culto poderão reabrir no sábado, mas com um máximo de 30 pessoas.

No entanto, restaurantes e bares - considerados grandes fontes de contágio - permanecerão fechados pelo menos até 20 de janeiro.

Se a situação de saúde continuar a melhorar, o governo francês planeja suspender o confinamento, válido por quase um mês, no dia 15 de dezembro, e implementar um toque de recolher noturno que vigoraria entre às 21h e 7h, com exceção das noites de 24 e 31 de dezembro.

A partir de 15 de dezembro, "poderemos nos movimentar novamente sem precisar de autorização, mesmo entre regiões, e passar o Natal com a família", afirmou Macron.

Nessa mesma data, cinemas, teatros e museus também poderão reabrir suas portas.

Tudo isso com a condição de que os novos casos diários permaneçam em torno de 5.000 e o número de pessoas em terapia intensiva permaneça entre 2.500 e 3.000, em comparação aos 20.000 novos casos diários e as 4.300 pessoas em terapia intensiva atualmente.

 Embora a França - um dos países europeus mais fortemente atingidos pela covid-19 - tenha ultrapassado 50.000 mortes nesta terça-feira, o vírus parece estar circulando menos rapidamente do que algumas semanas atrás.

"Devemos manter nossos esforços", alertou o presidente francês. "Devemos fazer todo o possível para evitar uma terceira onda, um terceiro confinamento", disse Macron.

Após anúncios sobre a alta eficácia de várias vacinas experimentais, Macron anunciou que uma campanha "rápida e massiva" será lançada na França no final de dezembro ou início de janeiro para "as pessoas mais vulneráveis", mas que não será obrigatória.

Esta nova etapa no combate à pandemia deve ser realizada "de forma clara e transparente, compartilhando em cada etapa todas as informações, o que sabemos e o que não sabemos", acrescentou.

A Alta Autoridade para a Saúde francesa afirmou na sexta-feira que publicará "por volta de 30 de novembro" suas recomendações finais sobre quem deve ser vacinado como prioridade e depois, "provavelmente em meados de dezembro", seu parecer final sobre a organização da campanha de vacinação, atualmente em consulta pública.

"Vamos fazer uma campanha de vacinação (...) o mais próximo possível da população (...). As autoridades sanitárias, junto ao Estado e as autoridades locais, vão definir as modalidades práticas de aplicação das vacinas nos hospitais, lares de idosos e todos os médicos da cidade", ressaltou o chefe de Estado.

Para "garantir a segurança sanitária, uma comissão científica ficará encarregada de fiscalizar a vacinação e também será criado um coletivo de cidadãos para envolver mais amplamente a população", acrescentou.

Apenas metade dos franceses afirmam estar dispostos a ser vacinados contra a covid-19, de acordo com várias pesquisas realizadas sobre o assunto.

TAGS
pandemia França coronavírus economia saúde pandemia
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory