Quem olhar para o céu na noite desta segunda-feira (21) vai presenciar um evento astronômico histórico. Dois dos maiores planetas do sistema solar se alinham em relação à Terra. Júpiter e Saturno ficaram tão próximos que aparentam ser um astro único. A "grande conjunção", como é conhecida entre os cientistas, só poderá ser vista novamente em março de 2080. A visibilidade dos planetas dependerá das condições climáticas de cada região.
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Na Região Metropolitana do Recife (RMR), segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o céu está parcialmente nublado e sem chuva em toda a região no período da noite. A temperatura máxima prevista é de 33°C. Ventos (m/s) devem estar de fracos a moderados.
Já ao final da tarde a "grande conjunção" de Júpiter e Saturno poderá ser vista a olho nu. Os dois planetas estão separados por centenas de milhões de quilômetros e a aproximação é, apenas, perspectiva. A visualização do fenômeno aconteceu pela última vez há quase 400 anos, em 1623, ainda na Idade Média, só que durante o dia.
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A Agência Espacial Norte-americana (National Aeronautics and Space Administration) observou que os dois planetas se encontrem nesta posição a cada 19,6 anos e a última vez que aconteceu o alinhamento com à Terra era dia. Tem cerca de 800 anos desde que evento aconteceu à noite, sendo visível em quase todo o planeta. Fenômeno se deve ao movimento de translação dos planetas ao redor do Sol.
Em 2020, a conjunção ganhou o nome de "Estrela de Belém", em função da época de Natal. O conto bíblico relata (Mt 2,1) que uma estrela guiou os três Reis Magos até o lugar onde o menino Jesus nasceu, em Belém, uma cidade palestina localizada na parte central da Cisjordânia.
Apesar de os planetas já poderem ser vistos se aproximando durante a semana, a melhor visibilidade do fenômeno é nesta segunda-feira. Júpiter e Saturno são os planetas que se movem mais lentamente, dentre os que são visíveis a olho nu, e são mais brilhantes do que a maioria das estrelas.
Para quem quiser observar o fenômeno, "basta olhar na direção do pôr do sol no início da noite do dia 21 e observar os dois pontos brilhantes muito próximos um do outro. Nas noites imediatamente antes e depois dessa data eles ainda estarão bem próximos. Como é um fenômeno lento, provavelmente veremos muitas fotos circulando nas redes sociais", disse Roberto D Dias da Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), ao Estadão.
Ainda segundo o professor, essa raridade vem do fato de que os planetas giram em torno do Sol com velocidades distintas e com períodos distintos: "a Terra gira em torno do Sol em um ano, claro, Júpiter a cada (aproximadamente) 12 anos e Saturno a cada (aproximadamente) 30 anos. É essa 'dança' que torna as conjunções raras, são poucas as oportunidades em que esses astros ficam alinhados para nós que observamos daqui da Terra", acrescentou.