Pandemia

Dez países concentram 75% das vacinas aplicadas no mundo, indica OMS

Para o diretor-geral da OMS será crucial que o programa Covax receba doses extras o mais rápido possível e não dependa de "restos que ficarão depois de muitos meses"

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Estadão Conteúdo

Publicado em 27/01/2021 às 19:51 | Atualizado em 27/01/2021 às 19:53
Mais de 400 mil doses das vacinas já foram aplicadas no Estado - DIEGO NIGRO/PCR
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um alerta nesta quarta-feira, 27, sobre o fato de três quartos das vacinas contra o novo coronavírus aplicadas no mundo estarem concentradas em apenas dez países e voltou a cobrar uma imunização mais igualitária.
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"As vacinas estão sendo administradas em mais de 50 países de todo o mundo, quase todos, nações ricas, e 75% das doses foram para apenas 10 países", afirmou o líder da agência, durante um debate realizado na assembleia parlamentar do Conselho Europeu.
Segundo Tedros, não seria correto que os adultos mais jovens e saudáveis dos países ricos sejam vacinados antes dos idosos e trabalhadores de saúde das nações pobres. "Espero que compreendam", disse.
Para o etíope, a situação se agrava porque a maioria dos fabricantes dá prioridade à aprovação dos órgãos reguladores de nações mais desenvolvidas, em vez de apresentar documentação completa à OMS, para liberação emergencial.
"A igualdade da vacina não é só um imperativo moral. Acabar com a pandemia depende disso", garantiu Tedros.

Para o diretor-geral da OMS será crucial que o programa Covax, a iniciativa internacional para levar a campanha de vacinação em massa para todos os países, receba doses extras o mais rápido possível e não dependa de "restos que ficarão depois de muitos meses".
O Covax recebeu contribuições financeiras de muitos países europeus, mas Tedros afirmou que o montante arrecadado está longe do necessário para garantir vacinas para todas as nações menos desenvolvidas.
Um estudo publicado nesta semana pela fundação de pesquisa da Câmara Internacional de Comércio, citado nesta quaarta-feira pelo diretor-geral da OMS, indicou que uma política de "nacionalismo" na vacinação pode custar até US$ 9,2 bilhões da economia mundial, sendo que US$ 4,5 bilhões deste total recairiam sobre os países mais ricos.

Novas variantes

A cada dia, a situação se agrava mais: o número de infecções no mundo ultrapassou os 100 milhões e, segundo a OMS, nesta quarta-feira, 27, novas variantes do vírus continuam a se espalhar. A britânica já está presente em 70 países e a sul-africana, em 31. A cepa da covid-19 P.1, localizada inicialmente no Brasil, já se encontra em ao menos oito países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Itália, Coreia do Sul e Japão.
Além disso, houve 18.109 mortes no planeta na terça-feira, um recorde desde o início da pandemia de covid-19, de acordo com uma contagem realizada na quarta-feira pela agência France Presse a partir de balanços oficiais.
O número confirma uma tendência observada desde o início do mês: a mortalidade está acelerando, os recordes de mortes diárias estão sendo ultrapassados mais rapidamente e a curva está se achatando em números cada vez mais altos (em média, 14 mil mortes por dia desde 22 de janeiro. No fim de novembro, foram 10 mil).
No total, a covid-19 causou 2,16 milhões de mortes no mundo. A Europa e a América Latina e Caribe são as duas regiões mais afetadas do mundo, com 713 mil e 580 mil óbitos, respectivamente. Entre os países, os Estados Unidos são a nação que mais registrou mortes (425.227), seguido pelo Brasil (218.878), Índia (153.724), México (152.016) e Reino Unido (100.162). (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
 

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