Saúde

Insulina pode ser armazenada em altas temperaturas, indica estudo

O estudo, realizado pela ONG Médicos Sem Fronteiras em colaboração com a Universidade de Genebra

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AFP

Publicado em 03/02/2021 às 20:18
A insulina pode ser armazenada em altas temperaturas, indicaram os estudo - Pixabay

Pela primeira vez, um estudo científico mostrou que é possível utilizar frascos de insulina por quatro semanas mesmo em altas temperaturas, sem mantê-los na geladeira, o que pode ser uma esperança para muitos diabéticos em países pobres.

O estudo, realizado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em colaboração com a Universidade de Genebra e publicado nesta quarta-feira (3) na revista PLOS ONE, mostra que um frasco de insulina, uma vez aberto, pode ser conservado em temperaturas de até 37 °C durante quatro semanas, sem perder sua eficácia.

Para ser preservada, a insulina deve ser armazenada em temperatura baixa. Com o calor, aumenta o risco da proteína de insulina formar uma espécie de floco que não pode mais ser injetado.

"O protocolo farmacêutico atual exige que os frascos de insulina sejam armazenados permanentemente entre 2ºC e 8ºC até serem abertos, seguindo rigorosamente a cadeia de frio, momento a partir do qual a insulina humana pode ser mantida a até 25ºC por quatro semanas", explicou Philippa Boulle, do MSF.

"Obviamente, isso representa vários problemas, sobretudo nos campos de refugiados, onde as temperaturas são cada vez mais altas e onde as famílias não têm geladeira", lamentou a assessora de doenças não contagiosas.

Durante o estudo, os especialistas reproduziram em laboratório a temperatura ambiente de uma casa em um campo de refugiados em Dagahaley, no norte do Quênia, que varia de 25 °C à noite a 37 °C durante o dia.

As medições foram feitas nos frascos armazenados nessas condições e em outros refrigerados. Os resultados não indicaram qualquer diferença.

"Esses resultados podem servir para mudar as [...] perspectivas do controle do diabetes em ambientes com poucos recursos, permitindo que os pacientes não tenham que ir ao hospital todos os dias", enfatizou Boulle.

O diabetes tipo 1, caracterizado por uma alta taxa de açúcar no sangue, pode ter consequências muito graves (coma, cegueira, amputação de membros e morte). A doença força as pessoas diabéticas a injetar doses de insulina todos os dias.

 

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