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Cientista no centro de polêmica sobre covid-19 nega vazamento em laboratório de Wuhan

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado ordenou que agências de inteligência investigassem a origem da pandemia, incluindo a teoria do vazamento de laboratório

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AFP

Publicado em 20/06/2021 às 22:54
Primeiro caso da subvariante XE da ômicron no Brasil foi confirmado nesta quinta (7) - PIXABAY

A cientista chinesa no centro das teorias de que a pandemia de covid-19 se originou com um vazamento em seu laboratório na cidade de Wuhan negou que sua instituição fosse a culpada pelo desastre sanitário.

“Como diabos eu vou oferecer prova de algo que não existe?”, se defendeu a doutora Shi Zhengli ao The New York Times em declarações incomuns à mídia. "Não sei como o mundo chegou a isso, constantemente despejando sujeira em um cientista inocente", continuou ao jornal americano.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado ordenou que agências de inteligência investigassem a origem da pandemia, incluindo a teoria do vazamento de laboratório.

A hipótese do vazamento já havia sido levantada durante o surto global, inclusive pelo antecessor de Biden, Donald Trump, mas foi amplamente rejeitada e considerada uma teoria da conspiração.

No entanto, a teoria vem ganhando força recentemente, alimentada por relatos de que três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan adoeceram em 2019 depois de visitar uma caverna de morcegos na província de Yunnan, no sudoeste da China.

Shi é especialista em coronavírus de morcegos e alguns cientistas disseram que ela pode ter conduzido os chamados experimentos de "ganho de função", nos quais os cientistas aumentam a força de um vírus para estudar melhor seus efeitos sobre os hospedeiros.

De acordo com o The New York Times, em 2017 Shi e seus colegas do laboratório de Wuhan publicaram um relatório sobre um experimento "no qual criaram novos coronavírus de morcegos híbridos ao misturar e combinar partes de vários existentes - incluindo pelo menos um que era quase transmissível para humanos - para estudar sua capacidade de infectar e se replicar em células humanas".

No entanto, em um e-mail que acompanha o artigo, Shi disse que seus experimentos diferem dos experimentos de ganho de função, pois não buscam criar um vírus mais perigoso. Em vez disso, a equipe de Shi tentava entender como o vírus poderia pular de uma espécie para outra.

"Meu laboratório nunca conduziu ou cooperou na realização de experimentos de ganho de função que aumentam a virulência dos vírus", se defendeu a cientista.

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