O presidente Joe Biden defendeu nesta segunda-feira (16) a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão apesar da rápida tomada de poder pelos talibãs, dizendo que era hora de deixar o país após duas décadas de conflito.
"Sustento firmemente minha decisão. Depois de 20 anos, aprendi a duras penas que nunca houve um bom momento para retirar as forças americanas", disse em discurso televisionado da Casa Branca.
- Mais de 60 países pedem para que afegãos e estrangeiros possam deixar Afeganistão
- Pessoas caem de avião ao tentarem fugir do Afeganistão após Taliban tomar o poder
- O que está acontecendo no Afeganistão? Confira a sequência dos fatos desde a chegada do Taliban domingo
- O que o Taliban faz com as mulheres? Por que o Taliban proíbem as mulheres de estudar? Saiba mais sobre o controle do Taliban no Afeganistão
Biden disse que o objetivo de Washington nunca foi construir uma nova nação democrática e admitiu que o governo afegão caiu mais rápido do que o esperado, apesar do apoio militar americano.
"Nunca se supôs que a missão no Afeganistão fosse construir uma nação. Nosso único interesse nacional vital no Afeganistão continua sendo hoje o que sempre foi: prevenir um ataque terrorista na pátria americana", disse Biden, acrescentando que o objetivo "continua sendo hoje e sempre foi evitar um ataque terrorista em solo americano".
"Sempre prometi ao povo americano que seria sincero com vocês. A verdade é que isto ocorreu mais rápido do que tínhamos previsto", disse Biden.
"Demos-lhes todas as oportunidades para determinar seu próprio futuro. Não pudemos dar-lhes a vontade de lutar por esse futuro", acrescentou.
O presidente americano prometeu que continuará "erguendo a voz pelos direitos básicos do povo afegão, das mulheres e meninas" e ameaçou com uma resposta "rápida e contundente" a qualquer ameaça ou ataque aos milhares de diplomatas americanos e tradutores afegãos que deixam Cabul.
Após o discurso, Biden tem previsto voltar ainda nesta segunda à residência de descanso dos presidentes americanos em Camp David, onde passava férias quando a invasão dos talibãs o obrigou a voltar a Washington.