Quase 4.500 voos foram cancelados em todo o mundo no Natal e milhares foram adiados devido à variante ômicron do coronavírus, informou o site Flightaware, o que adiciona a frustração à pandemia.
De acordo com o Flightaware.com, às 7H20 GMT (4H20 de Brasília) já haviam sido cancelados ao menos 2.000 voos em todo o planeta no dia de Natal, incluindo 700 com origem o destino a aeroportos dos Estados Unidos. Outros 2.000 foram cancelados na sexta-feira.
Na quinta-feira, o número de cancelamentos chegou a 2.231, de acordo com o site, que prevê mais de 600 voos cancelados no domingo.
Muitas companhias aéreas procuradas pela AFP mencionaram como causa do problema a nova onda da pandemia, que afeta em particular as tripulações.
Pilotos, comissários de bordo e outros funcionários relataram que estavam doentes ou precisaram entrar em quarentena, o que obrigou muitas companhias aéreas a cancelar voos durante um dos períodos de pico das viagens do ano.
A maioria dos voos foi programada antes do surto de ômicron, variante que está se espalhando em grande velocidade e é mais contagiosa do que as anteriores.
De acordo com o Flightaware, a United Airlines teve que cancelar 200 voos na sexta-feira e sábado, o correspondente a 10% das viagens programadas.
"O pico de casos de ômicron em todo país esta semana teve um impacto direto nas nossas tripulações e nas pessoas que dirigem nossas operações", afirmou a empresa em um comunicado, no qual afirma que busca soluções para os passageiros afetados.
A Delta cancelou 260 voos no sábado e 170 na sexta-feira, por causa da ômicron e, em menor medida, devido a condições climáticas adversas.
Onze voos da Alaska Airlines foram cancelados, depois que alguns de seus funcionários relataram terem sido "potencialmente expostos ao vírus" e tiveram que iniciar um confinamento.
As empresas chinesas representaram o maior número de cancelamentos: a China Eastern cancelou 480 voos, mais de 20% das viagens programadas, enquanto a Air China cancelou 15% dos voos.
Frustração
Os cancelamentos adicionaram frustração à pandemia porque impediram os encontros de muitas famílias no Natal, depois que o Natal de 2020 foi muito prejudicado pela pandemia.
Segundo estimativas da Associação Automobilística Americana (AAA), mais de 109 milhões de americanos devem deixar sua área de residência de avião, trem ou carro, entre 23 de dezembro e 2 de janeiro, um aumento de 34% em relação ao ano passado.
Mas a maioria dos planos de férias e reuniões familiares aconteceu antes do surgimento da variante ômicron, que se tornou dominante nos Estados Unidos, sobrecarregando alguns hospitais e profissionais de saúde.
Os problemas, no entanto, não afetaram as viagens do Papai Noel, monitoradas pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD, na sigla em inglês) há 63 anos.
"Papai Noel está indo muito bem até agora", afirmou o comandante do NORAD, o tenente-general Eric Kenny. "Já está viajando há muitas horas e vai fazer isso durante a noite toda".
O presidente Joe Biden e a primeira-dama Jill conversaram com os funcionários do NORAD por videoconferência na sexta-feira sobre a viagem do Papai Noel.
Biden também conversou com várias famílias e perguntou às crianças que presentes gostariam de receber e lembrando que deveriam dormir antes de meia-noite.
Mas como sinal das profundas divisões políticas nos Estados Unidos, as conversas tiveram um momento amargo quando um pai, a quem Biden acabar de desejar Feliz Natal, insultou o presidente.
O homem, que se identificou como Jarred, respondeu "Feliz Natal" e completou com "Vamos Brandon", frase código utilizada por partidários de Donald Trump para ofender Biden.