Da AFP
Em atualização
Donald Trump compareceu nesta terça-feira (4) em um tribunal de Nova York, e se declarou inocente das acusações de ter subornado uma atriz pornô, no primeiro indiciamento de um ex-presidente americano.
Trump é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels com US$ 130 mil (cerca de R$ 420 mil, nos valores da época) na reta final da campanha às eleições presidenciais de 2016 para que ela se calasse sobre um suposto caso extraconjugal, ocorrido dez anos antes e que ele sempre negou.
Seu então advogado, Michael Cohen, teria sido o encarregado de fazer o pagamento, e o magnata reembolsou-o pela quantia de forma parcelada, supostamente fazendo-a passar por honorários profissionais.
Trump diz que é vítima de "caça às bruxas"
Em plena campanha eleitoral para obter a nomeação do Partido Republicano para as eleições de 2024, o magnata de 76 anos alega ser vítima de uma "caça às bruxas".
Ao contrário de outros estados, onde as câmeras de televisão são permitidas nos tribunais, o juiz Merchán não abriu uma exceção nesta ocasião. Permitirá apenas que os fotógrafos capturem esse momento histórico por alguns minutos antes do início da audiência.
Em frente ao tribunal, a polícia de Nova York, em alerta máximo, instalou cercas metálicas para separar dezenas de apoiadores do magnata e alguns críticos em uma metáfora para a divisão política do país.
"Trump ou morte" ou "Make America Great Again" estampavam cartazes e bandeiras, bonés e camisetas de alguns. Os opositores proclamavam "Trump mente o tempo todo".
O promotor Alvin Bragg deve dar uma coletiva de imprensa após a audiência de Trump no tribunal. O magnata também anunciou que falará com a imprensa.
Outras investigações contra Trump
O caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada. Nela, pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado.
Trump também é investigado por seu possível papel na insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca.