GUERRA

Secretário-geral da ONU condena 'violações do direito humanitário' em Gaza; Chanceler israelense rebate

Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o Conselho de Segurança da ONU de "agravar a crise" na Faixa de Gaza

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AFP

Publicado em 24/10/2023 às 12:50 | Atualizado em 24/10/2023 às 13:50
Líder da ONU pede entrada de ajuda humanitária em Gaza - Kerolos SALAH / AFP

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou nesta terça-feira (24) perante o Conselho de Segurança as "claras violações do direito humanitário" em Gaza e exigiu um cessar-fogo "imediato" para aliviar o "sofrimento épico" da população de Gaza.

"Nenhuma das partes em conflito está acima do direito humanitário internacional", disse Guterres, apelando a um "cessar-fogo humanitário imediato" para "tornar a entrega de ajuda mais fácil e segura e facilitar a libertação dos reféns", em um debate sobre a situação no Oriente Médio liderado pelo ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, cujo país preside o Conselho de Segurança em outubro.

O chefe da ONU também exigiu um "cessar-fogo humanitário imediato" para aliviar o "sofrimento épico" da população de Gaza, que neste fim de semana começou a receber ajuda humanitária, "uma gota em um oceano de necessidades", lembrou.

"A população de Gaza precisa de um fornecimento contínuo de ajuda a um nível que corresponda às enormes necessidades. Essa ajuda deve ser entregue sem restrições", afirmou, no 78º aniversário da criação das Nações Unidas.

O abastecimento de combustível da ONU em Gaza "vai acabar em uma questão de dias", o que seria "outro desastre" porque sem combustível a ajuda não pode ser entregue, os hospitais não têm eletricidade e a água potável não pode ser purificada ou bombeada, lembrou.

Desde os ataques do grupo palestino Hamas, em 7 de outubro, em território israelense, que provocaram cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, e cerca de 200 reféns, o Exército israelense sitiou e bombardeou a Faixa de Gaza, o que provocou, segundo as autoridades locais, a morte de mais de 5.000 pessoas, incluindo mais de 2.000 crianças.

Após o pronunciamento de Guterres, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, questionou: "Senhor secretário-geral, em que mundo você vive?". "Sem dúvida, não é o nosso", acrescentou, ao mostrar fotos dos ataques do Hamas contra civis, enquanto o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, denunciou o "discurso chocante" de Guterres na rede X (antigo Twitter), que acusou de ser "indulgente diante do terrorismo e dos assassinatos" do Hamas.

Erdogan

Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (24), de "agravar a crise" na Faixa de Gaza, por sua atitude "tendenciosa".

"O Conselho de Segurança agravou a crise por sua atitude tendenciosa, em vez de pôr fim ao derramamento de sangue", criticou, em um comunicado, no qual também acusou "a comunidade internacional de não se opor aos ataques ilegais e desenfreados do regime israelense contra civis".

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