UOL - O melhor conteúdo

Roberto Pereira: O turismo em alta

2024 foi, conforme indicadores, o ano da redenção dessa atividade que tanto movimenta as pessoas em demandas que repercutem na economia das cidades

Publicado em 25/01/2025 às 19:58 | Atualizado em 29/01/2025 às 8:25
Google News

Vamos juntos, os que me leem, viajar por entre números que são indicadores do turismo mundial. Sabemos todos que, diante de uma tragédia, como foi a pandemia da Covid -19 (2019/2020), o turismo é a primeira atividade que entra em crise e a última a sair dela.

Pois bem, 2024 foi, conforme os conformes dos indicadores, o ano da redenção dessa atividade que tanto movimenta as pessoas em demandas que repercutem na economia das cidades, das populações, tendo em vista a geração de riquezas, de impostos, sobretudo de empregos formais e informais.

Vejamos os números que, segundo Platão, governam o mundo: “Em 2024, o turismo global concluiu a sua recuperação da pandemia”, disse o secretário-geral da ONU para o Turismo, Zurab Pololikashvili, em um comunicado, observando que em várias regiões foram alcançados números ainda maiores do que em 2019.

Destinos globais

Alegria, alegria!

Esplende, na Europa, principal destino turístico do mundo, o resultado de 747 milhões de chegadas internacionais, um número 5% maior do que em 2023, graças à forte demanda intrarregional, entre outras causas.

O número de viajantes internacionais também aumentou no norte da África (+22% em comparação aos níveis pré-pandêmicos), Oriente Médio (+32%) e América Central (+17%), percentuais que dizem bem do quanto cresceu o fluxo turístico para esses destinos.

De acordo com a ONU Turismo, a região da Ásia-Pacífico foi a que mais prosperou no ano passado, atingindo o percentual de 33% mais turistas do que em 2023.

Nesta região, no entanto, o nível de fluxo turístico permaneceu menor do que em 2019 (Pandemia), de acordo com a agência da ONU, anteriormente conhecida como Organização Mundial do Turismo (OMT).

Em 2024, ainda segundo a ONU Turismo, o ranking dos países que mais receberam turistas pela ordem foi:

  • Estados Unidos;
  • China;
  • Itália;
  • Turquia;
  • México;
  • Tailândia;
  • Alemanha;
  • Reino Unido;

Ficando o Brasil na 26ª posição.

Futuro do turismo

“O crescimento deve continuar ao longo de 2025”, disse Zurab Pololikashvili no comunicado oficial, considerando que o crescimento mundial, neste ano, pode ser de “3% a 5% em comparação com 2024”, impulsionado principalmente pela Ásia.

“Isso nos lembra da nossa imensa responsabilidade como setor econômico”, acrescentou o secretário-geral da ONU Turismo, que estimou ser necessário “colocar as pessoas e o planeta no centro do desenvolvimento do turismo”.

O acentuado aumento no número de visitantes no ano passado provocou desconfiança e tensão entre moradores de vários destinos, que expressaram preocupação com as consequências do turismo de massa em suas cidades, especialmente nos preços dos imóveis.

Que o turismo não destrua o próprio turismo

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), de acordo com o seu Relatório de Impacto Econômico (EIR), vem divulgando, aos quatro cantos do mundo, previsões alvissareiras para o segmento, sinalizando com um expressivo impacto econômico e uma consequente retomada, mesmo que gradual, após os desafios enfrentados no decorrer da pandemia, concluindo que o turismo desempenhará um papel fundamental na economia global nos próximos anos.

Segundo o comunicado oficial, o WTTC está antevendo um futuro muito próspero para a próxima década, caracterizado por um crescimento robusto, em espiral geométrica, além de oportunidades de carreira sem precedentes.

Até 2034, o setor deve impulsionar a economia global com impressionantes 16 trilhões de dólares, representando 11,4% do PIB mundial, gerando aproximadamente 449 milhões de empregos, representando 12,2% da força global de trabalho.

Descortina-se, portanto, uma década promissora.

Brasil

No Brasil, o setor já demonstra sua importância, tendo injetado aproximadamente R$ 752,3 bilhões na economia no ano passado, o equivalente a 8% do PIB nacional.

Um aspecto interessante ressaltado pelo WTTC é o papel dos turistas chineses, que representam uma parcela significativa dos gastos globais com turismo.

Para melhor receber esse público, o Ministério do Turismo credenciou agências de viagens autorizadas na recepção de turistas chineses, visando fortalecer as relações bilaterais e promover o turismo internacional no Brasil.

Passada a régua, percebe-se que o setor apresenta a tendência positiva da sua curva de crescimento, apesar da inflação que disparou mundo afora, das mudanças climáticas e das tensões geopolíticas.

Vale lembrar a importância do turismo de curta duração, inclusive o interno, intrarregional, que é a maioria no Brasil, carecendo de esforços para o turismo doméstico cativo (fidelização), entendendo o turismo como uma atividade municipalista.

Leia o JC Premium gratuitamente

Pensar globalmente, agir localmente

Com relação ao nosso país, rezemos a nossa profissão de fé, depositando a esperança-certeza de que esses números, na prática, sejam de um turismo autossustentável e responsável, favorecendo as próximas gerações para que também possam desfrutar dos mesmos benefícios do presente, das vivências e convivências saudáveis. Assim seja!

Roberto Pereira foi secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e é membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.

Tags

Autor

EDIÇÃO DO JORNAL

capa edição

Confira a Edição completa do Jornal de hoje em apenas um clique

LEIA GRÁTIS

NEWSLETTER

Faça o cadastro gratuito e receba o melhor conteúdo do JC no seu e-mail

ASSINE GRÁTIS

Veja Também

Webstories

Últimas

VER MAIS