A gravidade da pandemia de Covid ainda pede atenção dos governos nacionais e locais, das autoridades sanitárias e, sobretudo, da população. O anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS) retirando a condição de emergência global da doença, não significa o fim da pandemia, como a própria OMS advertiu. E a letalidade do coronavírus só foi drasticamente reduzida por causa da vacinação em massa que percorreu o planeta, depois de muito sofrimento e milhões de mortos. É crucial que a população brasileira entenda a necessidade da permanência dos cuidados preventivos, dos quais a vacina continua sendo o mais importante.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não se exime dessa responsabilidade, ao fazer pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, reforçando o fato de que o vírus não sumiu – continua infectando muita gente, e pode sofrer mutações que exijam atualizações das vacinas. Por isso, receber as doses adequadas, dentro da disponibilidade de oferta, é a melhor defesa contra o desenvolvimento de formas agudas da doença, que podem comprometer o sistema respiratório. O pronunciamento da ministra também se presta ao esclarecimento daqueles que acreditam na desinformação e em fake news, baseadas na mentira sobre a ação das vacinas. A imunização contra a Covid, em todas as doses, é segura, e não produz efeitos colaterais em grau diferente do esperado para qualquer outra vacina, como a da gripe, por exemplo, que deve ser tomada anualmente.
Sem questionar a boa notícia, reafirmando a esperança depois de tudo que a pandemia provocou, Nísia Trindade conclamou a população para se vacinar: “É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela doença ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas”, lembrou a ministra, mencionando constatação repetida por médicos e gestores públicos de saúde desde o início da vacinação, ainda no auge da pandemia. Várias pessoas não completam seus esquemas vacinais, não tomam as doses de reforço, ou sequer receberam a primeira dose, expondo-se ao risco e abrindo oportunidade para o vírus circular mais. A ministra ressaltou que, embora possua menos de 3% da população mundial, o Brasil carrega 11% do total de óbitos por Covid no planeta. Entre as lições da pandemia, os brasileiros precisam ampliar a compreensão do valor da vacina contra essa e outras doenças. Parcela considerável da população infantil se encontra com a cobertura de imunizações atrasada.
No momento, a vacina bivalente, atualizada no ano passado contra variações recentes do coronavírus, está disponível em todo o território nacional para indivíduos acima de 18 anos de idade. A segurança da dose de reforço pode ser concebida em um dado expressivo: mais de 13,5 milhões de brasileiros já receberam a vacina bivalente. Com a imunidade preparada, a infecção por Covid deixa de assustar, como no passado recente. Mas para isso, a vacina é uma necessidade que não perdeu status de relevância global.