A visita de um ministro da República sempre traz a esperança de anúncios de recursos para investimentos aguardados ou atrasados. O ministro dos Transportes, Renan Filho, trouxe para os pernambucanos a promessa de aporte de R$ 1 bilhão na malha rodoviária, especificamente para a BR-232, a BR-423, a BR-104, e ainda, para parte do tão esperado Arco Metropolitano. O volume de recursos é expressivo, e o destino é importantíssimo para destravar o desenvolvimento interrompido ou bastante prejudicado, nos últimos anos, por estradas em péssimas condições de trafegabilidade.
Os remendos, os buracos e a falta de sinalização transformaram a 232, com o passar dos anos e o acúmulo de problemas, numa pista de grande risco. Depois de muito tempo sem a devida atenção, o governo federal deverá retomar a gestão da rodovia, aplicando R$ 300 milhões em sua restauração do Recife a Caruaru, e pretende fazer a duplicação de São Caetano até Arcoverde – algo há muito aguardado, também, pela população. O que se espera, primeiro, é o cumprimento do anúncio, retirando a principal ligação da capital com o interior das péssimas condições de mobilidade em que se encontra.
Outra duplicação está mais adiantada, segundo o ministro: a da BR-423 entre São Caetano e Garanhuns. A pendência seria apenas uma licença da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), portando, do encargo do governo de Pernambuco. O valor de R$ 225 milhões para as obras já está separado, de acordo com Renan Filho. O governo do Estado, por sua vez, providencia o Estudo de Impacto Ambiental para o projeto, para que as obras tenham início no segundo semestre. A duplicação da BR-104, no Agreste, também será igualmente retomada, de acordo com o pacote de boas novas do Ministério dos Transportes para os pernambucanos. Um alento para quem sofre nos congestionamentos do movimentado trecho entre Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no polo de confecções. O valor que falta será dividido entre os governos federal e estadual.
Uma das melhores notícias do pacote pode ser – uma vez concretizada – a viabilização do Arco Metropolitano, via de contorno como opção à Br-101 para o tráfego de caminhões, desafogando a Região Metropolitana do Recife. O governo federal assumirá o trecho entre o Cabo de Santo Agostinho e Paudalho, ficando o governo estadual com o trecho entre Paudalho e Goiana. A obra total do Arco é orçada em R$ 1,5 bilhão. Trata-se de uma das mais importantes – e atrasadas – obras rodoviárias para a melhoria do fluxo de cargas que passa pelo território metropolitano.
O ministro também deixou um recado político, ao garantir que o Estado vai voltar a receber grandes investimentos do governo federal, como seu anúncio prenuncia. A informação é coerente com o esforço que vem sendo feito pela governadora Raquel Lyra, desde o início do mandato, de manter relações institucionais e canais ativos e consequentes de diálogo com o presidente Lula e seus ministros, conduzindo pleitos dos pernambucanos a Brasília. A visita do ministro é um sinal positivo de que o interesse coletivo está recebendo a devida atenção, entre os dois níveis de governo.