Universidades e institutos federais de Pernambuco decidiram paralisar as atividades curriculares a partir desta segunda-feira (16). A decisão foi tomada em reunião realizada pelo Consórcio Pernambuco Universitas na tarde deste domingo (15), na reitoria da Universidade de Pernambuco, como forma de prevenção para evitar o contágio do novo coronavírus (Covid-19). A suspensão vale para todos os campi, e deve perdurar, inicialmente, até o dia 31 de março.
Entre as instituições, estão a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Universidade de Pernambuco (UPE), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasp), a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), a Universidade Federal do Agreste (Ufape) e o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
Questões administrativas serão decididas internamente, por cada instituição. O mesmo vale para reposição das aulas, e se os dias de paralisação vão ser descontados do período predefinido de férias.
A presidente do Consórcio e reitora da UFRPE, Maria José de Sena, explica que veredito é um esforço conjunto e uma contribuição das universidades e institutos em favor da vida dos pernambucos. "Todos nós temos obrigação de dar nosso apoio e sim, tirar as pessoas de circulação, para que tenha o mínimo de casos possíveis, e para que o Estado possa atender aqueles que vão precisar de internamento", defendeu.
Já o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, defendeu que a paralisação das atividades curriculares não devecausar pânico, mas que esta é uma medida de prevenção à propagação do Covid-19. "A gente tem que passar a mensagem que ela [a posição tomada] não é para causar pânico, mas para prevenir a circulação e evitar, portanto, a propagação do coronavírus", expôs.
Das unidades presentes, apenas o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão) não apresentou veredito sobre a suspensão. Representantes da instituição afirmaram que ainda haverá reunião nesta quarta-feira (18) para decidir sobre a continuidade ou paralisação das aulas.
O diretor do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco e professor do Departamento de Estatística e Informática da UFRPE, Jonas de Albuquerque, argumentou que o impacto econômico em parar as aulas é menor do que em parar os trabalhadores, caso sejam infectados. "Os assintomáticos, crianças, adolescentes e adultos, contaminam sem sintomas. Por isso a nossa insistência da desconexão desses estudantes", explicitou. "Eu pararia em escala, em todos os níveis, e tentaria manter os trabalhadores, para que o impacto econômico seja o mínimo possível. Parar os escolares é melhor do que parar os trabalhadores", completou.
Além dos reitores das instituições, estiveram presentes na reunião, para dar contribuições e opiniões sobre os efeitos do coronavírus, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, a secretária Executiva de Gestão do Trabalho, Educação e Saúde de Pernambuco, Ricarda Samara da Silva, o médico infectologista e chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro, e o diretor do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco, Jonas de Albuquerque.
Universidade e faculdades particulares também vêm enviando comunicados aos alunos. Veja lista de instituições que se pronunciaram:
A medida já tinha sido anunciada pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio, durante reunião na manhã deste domingo. No encontro, foram anunciadas dez medidas emergenciais para tentar frear o avanço do novo coronavírus. Além das universidades, que já fecham a partir de segunda, as escolas públicas e particulares do Recife também serão fechadas, mas a partir de quarta-feira.
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O fechamento das escolas ocorrerá como antecipação das férias marcadas para o mês de julho. A merenda escolar será garantida por meio de kits de alimentação que os pais poderão buscar na escola uma vez por semana. Escolas e faculdades particulares também terão as atividades suspensas.
O CESAR School, instituição que faz parte do Porto Digital, também decidiu suspender todas as aulas presenciais nesta segunda (16) e terça-feira (17), para evitar propagação do coronavírus. Na quarta-feira (18), um novo comunicado será enviado informando como irá proceder com a realização de aulas não presenciais dos cursos de graduação, bem como com os demais cursos de extensão, especialização, mestrado e doutorado.
A Gestão do CESAR está acompanhando com atenção todas as determinações tomadas pelas autoridades competentes - sejam elas federais, estaduais e municipais, em todo o país - em relação à pandemia de COVID-19.
Em virtude dos acontecimentos mais recentes fica determinado que TODAS as aulas presencias da CESAR School estão SUSPENSAS nesta segunda (16/03) e terça (17/03). No entanto, nesta quarta-feira(18) um novo comunicado será enviado informando como iremos proceder com a realização de aulas não presenciais dos cursos de graduação, bem como com os demais cursos de extensão, especialização, mestrado e doutorado.
É importante destacar que, felizmente, NÃO existe nenhuma situação no momento de calamidade no CESAR e nem na CESAR School. Todas as determinações da direção da Instituição estão sendo feitas de forma tranquila e sem nenhum impacto para os estudos.
Reforçamos ainda que, até a situação acalmar, as Diretorias do CESAR e da CESAR School farão um checkpoint diário para avaliar a situação e, se necessário, tomar novas medidas.
Considerando a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) e atentas às necessidades de proteção à saúde da população, as universidades que compõem o Consórcio Pernambuco Universitas e os Institutos Federais do Estado de Pernambuco adotam a seguinte orientação quanto ao seu funcionamento:
- Suspensão das atividades acadêmicas presenciais no período de 16 a 31 de março (UPE, UFPE, UFRPE, IFPE, IF Sertão -PE, UFAPE, UNICAP e UNIVASF).
As atividades acadêmicas remotas, os serviços essenciais e demais ações administrativas específicas serão definidas em cada Instituição.
A decisão de prorrogação dessa suspensão será reavaliada até o fim deste período.
1 - Escolas da Prefeitura serão fechadas a partir da próxima quarta-feira (18), com antecipação das férias marcadas para o mês de julho. A merenda escolar será garantida por meio de kits de alimentação que os pais poderão buscar na escola uma vez por semana.
2 - As escolas e faculdades particulares devem suspender as aulas a partir da próxima quarta-feira (18).
3 - Liberação de R$ 10 milhões para aquisição de Equipamentos de Proteção Individual para os profisionais de Saúde.
4 - Suspensão das férias de todos os profissionais de Saúde, Assistência Social, Defesa Civil e Guarda Municipal nos meses de abril e maio. Todos os profissionais necessários para a atenção emergencial à população em razão da pandemia poderão ser convocados a trabalhar em regime especial.
5 - Criação de leitos de isolamento provisório em unidades da rede municipal de saúde e da rede filantrópica.
6 - Criação de um Grupo de Trabalho, formado por seis secretarias, para enfrentamento das consequências socioeconômicas das medidas restritivas dos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Contingência da Covid-19. Este Grupo de Trabalho está elaborando um Plano de Mitigação focado nos impactos da renda dos trabalhadores informais.
7 - Liberação de R$ 5 milhões para fortalecimento do estoque de cestas básicas da Secretaria de Desenvolvimento Social.
8 - Criação de uma Rede de Solidariedade para os profissionais envolvidos no Plano Municipal de Contingência e para as família de baixa renda que serão impactadas pelas medidas restritivas.
9 - Solicitação a ANVISA de suspensão de todos os voos internacionais a partir do próximo dia 20 de março. Os casos de necessidades de retorno de pernambucanos, depois do dia 20 de março, devem ser tratados de forma especial com a ANVISA e Secretaria Estadual de Saúde.
10 - Solicitação de R$ 92 milhões ao Governo Federal para custeio do Plano Municipal de Contingência - COVID 19 nos próximos meses.