Com o avanço do coronavírus no Recife, onde já foram registrados 15 casos, as atividades de equipamentos culturais da capital foram interrompidas por tempos indeterminado, conforme determinou decreto da Prefeitura do Recife. Com a proibição, cai também o movimento de pessoas na área central da capital. Na manhã desta esta quarta-feira (18), turistas e trabalhadores eram a maioria dos poucos que andavam pelo Bairro do Recife.
Quem veio de fora se deparou com portas fechadas em museus e centros culturais. A Embaixada de Pernambuco e a Embaixada dos Bonecos Gigantes eram umas das únicas opções ainda abertas, enquanto Cais do Sertão, Paço do Frevo, Caixa Cultural, Museu da Cidade do Recife, Teatros Apolo e Santa Isabel tiveram o funcionamento paralisado.
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Grande parte dos que conversaram com a reportagem do JC teve receios ao vir para outro Estado - ou País - em meio à pandemia, mas não cancelou por conta dos prejuízos que teria. Por isso, mudanças nos planos já eram esperadas por alguns.
A supervisora de cadastro Margarete de Paula, de 45 anos, e o marido sequer pensavam que conseguiriam viajar. “Achamos que iam cancelar o voo. Mas chegamos e estava tranquilo”, relatou. Os dois vieram do Rio de Janeiro e conheceram a Embaixada de Pernambuco, na Praça do Arsenal, ao lado de um grupo de outras sete pessoas.
“A guia comentou que todos os outros locais estavam fechados”, revelou. “Vamos ter que curtir com tranquilidade e cautela, porque não tem jeito.”
A aposentada Dulce de Souza, 70, que veio ao lado do marido de Nova Hamburgo, no Rio Grande do Sul, disse ter sentido medo. “Mas como já estava tudo organizado, tudo reservado, a gente resolveu arriscar e vir. Escolhemos a semana errada, mas o passeio já estava pago desde dezembro. A gente nunca imaginou que esse vírus chegaria ao Brasil e causaria tanto transtorno”, observou.
O casal chegou em Pernambuco na madrugada desta quarta e avaliou positivamente os passeios que conseguiu fazer.
Se para os turistas as interdições significam uma alteração no roteiro de viagem, para quem depende do comércio informal, as consequências são maiores.
Maria Pereira de Oliveira, 62, trabalha há 30 anos como comerciante, mas diz que nunca viu situação parecida. “Depois desse negócio do coronavírus, tem ninguém na rua essa hora. Está tudo fechado”, contou.
Segundo ela, o prejuízo começou desde essa terça-feira (17). “A gente está sem ganhar dinheiro, tem que ficar dentro de casa sem ganhar dinheiro. Não sei nem explicar. Espero que acabe logo isso, pra gente poder trabalhar, ganhar dinheiro.”
Para Aluízio dos Santos, 59, vendedor de picolé há 40 anos, ficar em quarentena não é opção. "Se não trabalhar, não come. Era para estar em casa, mas não sou aposentado. É o jeito. Tem que vir", pontuou. "Fico aperreado porque não estou ganhando dinheiro e preciso. O movimento caiu uns 40%."
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.