Após reunião com a Secretaria de Saúde do Estado (SES-PE), na tarde desta quarta-feira (18), o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (Seepe), decidiu esperar até a sexta-feira (20) para resolver se paralisará as atividades. A data, segundo a categoria, é o prazo que a SES-PE deu para reabastecer unidades de saúde com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que estariam faltando em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“Eles ficaram de garantir até sexta-feira (20), às 12h, a reposição nas unidades de saúde. Também informaram que vão nos passar a previsão para realizar licitações para compra de mais materiais. Não adianta reabastecer hoje, por exemplo, e faltar de novo em dois dias. Na sexta à tarde, dependendo, nos reunimos para deliberar”, explicou Ludmila Outtes, presidente do Seepe.
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A classe tinha ameaçado paralisar as atividades a partir desta segunda-feira (23). A intenção do sindicato era manter 50% dos profissionais trabalhando. “Não tem condições de trabalho. A gente está sem equipamentos de proteção, não tem máscara, não tem sabão para lavar as mãos nem álcool em gel e estamos colocando nossa vida em risco em meio à essa pandemia do coronavírus”, disse a presidente do Seepe.
Antes da reunião, em resposta ao JC sobre a ameaça de paralisação, a SES-PE informou que já tinha iniciado o processo de compra emergencial de equipamentos de proteção individual para as unidades estaduais de saúde, e que as direções têm feito um trabalho de conscientização dos seus profissionais sobre o uso adequado dos EPIs, como máscaras respiratórias, avental descartável, luvas de segurança e toucas.
Leia a nota da SES-PE:
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que, no cenário atual, as direções das unidades estaduais têm feito um trabalho permanente de conscientização dos seus profissionais sobre o uso adequado e oportuno dos equipamentos de proteção individual (EPIs) - como máscaras respiratórias, avental descartável, luvas de segurança e toucas - para os trabalhadores que atuam na área da saúde.
Todos os profissionais da rede estão sendo orientados quanto às regras citadas e, inclusive, são convidados a participar de capacitações periódicas realizadas pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) das unidades sobre o assunto.
É importante destacar que o uso adequado dos EPIs busca evitar o desperdício dos equipamentos e o desabastecimento desses itens nos serviços de saúde. Independentemente da circulação da Covid-19, os serviços já seguem protocolos padrões para uso de EPIs, como durante a realização de procedimentos cirúrgicos e em casos de risco de exposição a fluidos biológicos.
Importante frisar que as unidades sob gestão estadual estão funcionando normalmente, sem relatos de faltas de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. A SES-PE também está em constante diálogo com a categoria e irá tomar todas as medidas necessárias para garantir a assistência da população e dos funcionários da rede, nesse momento de emergência pública em saúde. Por fim, a SES-PE já iniciou processo de compra emergencial de equipamentos de proteção individual para as unidades.
A SES reforça que as unidades estão abastecidas dos insumos básicos de limpeza e higiene.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, no dia 11 de março que a epidemia de covid-19, que infectou mais de 110.000 pessoas em todo mundo desde o final de dezembro, pode ser considerada uma pandemia.
"Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de propagação e de gravidade, bem como com os níveis alarmantes de inação" no mundo, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra.
"Consideramos, então, que a covid-19 pode ser caracterizada como uma pandemia", afirmou.