Ricardo Brennand e o seu legado social

Instituto do Fígado faz homenagem ao empresário Ricardo Brennand, que faleceu neste sábado (25), vítima de coronavírus
JC
Publicado em 25/04/2020 às 19:40
Brennand deixa esposa e sete filhos Foto: MARCIA MENDES/ACERVO JC IMAGEM


Leila Beltrão, do Instituto do Fígado, fez uma homenagem ao empresário pernambucano Ricardo Brennand, que morreu na madrugada deste sábado (25), aos 92 anos, vítima de complicações após contrair o novo coronavírus. Em nota, ele é reconhecido pela ajuda no nascimento do instituto, ação feita junto ao empresário João Carlos Paes Mendonça. Leia texto na íntegra:

"Um homem além do seu tempo seja como empresário bem sucedido ou um colecionador incansável também desbravou o lado do empreendedorismo social. Mas talvez poucos conheçam o seu lado social. Ajudou várias instituições no anonimato mas foi há 15 anos atrás que resolveu mostrar a sociedade que um sonho pode se tornar realidade. Sobre sua liderança, juntou um grupo de empresários pernambucanos, a exemplo de João Carlos Paes Mendonça, e fundamos o instituto do fígado e transplantes de Pernambuco -IFP, instituição privada sem fins lucrativos destinada ao atendimento dos pacientes do SUS. Não mediu esforços para fazer do IFP uma referência não apenas para Pernambuco mas para o Brasil. Sempre ao meu lado, me ensinando como empreender e aprendendo conosco a importância da medicina social, sedimentamos um atendimento de ponta para os pacientes do SUS. Com o perfil determinado e obstinado de um grande empresário, partiu sempre a meu lado para mais um desafio - a construção da unidade hospitalar do IFP que seria o primeiro hospital de fígado e transplantes do Brasil para o SUS. Uma medicina quaternária teria seu início. Viajamos com uma equipe técnica multidisciplinar para Londres, Paris e Miami para que este projeto pioneiro trouxesse para Pernambuco uma obra inovadora para nossa região tão carente. Mais uma página do calendário dos sonhos do IFP estava a se concretizar. Com o terreno de quase 4 hectares doado pelo Governo de Pernambuco e um aporte de R$ 30 milhões de empresas privadas capitaneado pela sua pessoa foi edificado 40% da obra. Com a crise dos anos de 2018/19 que o nosso país passou a enfrentar, a construção foi interrompida mas o sonho de ver a sua obra nascer permaneceu viva. Na sua última visita ao IFP em dezembro passado, uma frase sua ficou registrada e hoje imortalizada dentro de mim. “ Fillhoca, como carinhosamente me chamava, estou com 92 anos e não sei se conseguirei ver o hospital do IFP em pleno funcionamento, mas terei a certeza que as pessoas que compõem o conselho deliberativo do IFP e a sua obstinação semelhante a minha vai conseguir tornar o seu sonho que passou a ser meu e todos nós em uma realidade”.

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