Criança de 5 anos morre após cair de aproximadamente 35 metros de altura de prédio no Recife

Segundo a polícia, a vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos
JC
Publicado em 02/06/2020 às 17:43
Imagens das câmeras do circuito interno de TV do condomínio foram a principal prova da "negligência" - como a polícia definiu - da mulher no episódio Foto: DAY SANTOS / TV JORNAL


Atualizada às 12h50 do dia 5 de junho

Nesta terça-feira (2), Miguel Otávio Santana da Silva, criança de cinco anos, faleceu após cair de uma altura de aproximadamente 35 metros em um prédio no bairro de São José, próximo ao Cais de Santa Rita, na área central do Recife. De acordo com a polícia, a vítima chegou a ser socorrida para o Hospital da Restauração, mas não resistiu aos ferimentos. 

O caso ganhou forte repercussão nacional após a divulgação de que Sari Corte Real, dona do apartamento e patroa da mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana de Souza, foi liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil e responderá o processo por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) em liberdade, mesmo com imagens do circuito inteiro mostrando que ela deixou o garoto entrar sozinho no elevador.

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Miguel parou no 9º andar do prédio,seguiu pelo corredor e encontrou um hall onde ficam os condensadores de ar. Nesse local tinha uma janela, que ela conseguiu pular. Então a vítima pisou em uma das hastes do guarda-peito, que fazem a proteção dos condensadores com a área externa do prédio, quando uma delas quebrou, levando-no a cair.

Patroa é autuada por homicídio

Sarí Côrte Real, proprietária do apartamento onde estava o garoto Miguel, foi parcialmente responsabilizada pela morte da criança. A moradora, que era empregadora da mãe do garoto, foi autuada em flagrante nesta quarta-feira (3/6) pelo crime de homicídio culposo (sem intenção). Como previsto em lei, pagou fiança - determinada pelo delegado em R$ 20 mil - e foi liberada para aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. As primeiras investigações apontaram que a mulher teria permitido que o garoto subisse sozinho no elevador antes de cair do 9º andar - uma altura de 35 metros.

MPPE pode mudar tipificação de crime

A Polícia Civil deve encaminhar ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), nos próximos dias, a conclusão do inquérito sobre a morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. O delegado Ramon Teixeira autuou em flagrante a patroa da mãe do garoto, Sarí Côrte Real, por homicídio culposo. Segundo ele, a suspeita foi negligente por deixar Miguel usar um elevador sozinho, mas não teve a intenção de matá-lo. A pena para esse crime é de até três anos de detenção. Na prática, a Justiça pode decidir que Sarí deve prestar serviços à comunidade, por exemplo. Mas, claro, essa pena dependerá da interpretação do juiz.

Mas o caso ainda pode ter uma reviravolta. Quando o inquérito chagar ao MPPE, o promotor de Justiça responsável irá analisar provas materiais e depoimentos. E decidirá se denuncia Sarí Côrte Real por homicídio culposo ou doloso (quando há intenção de matar). Advogados criminalistas, ouvidos em reserva pela coluna Ronda JC, afirmam que o promotor pode, sim, interpretar que a patroa da mãe de Miguel agiu com dolo eventual, pois uma criança daquela idade jamais poderia estar sozinha em um elevador. Na visão dos criminalistas, ela era responsável pelo menino naquele momento e deveria ter impedido a ação. Caso o promotor decida denunciar por homicídio doloso, Sarí Côrte Real poderá ser levada à júri popular. Neste caso, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

Prefeito de Tamandaré diz estar "profundamente abalado"

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Tamandaré informou que o prefeito do município, Sérgio Hacker Corte Real, se encontra "profundamente abalado" pela morte de Miguel. O gestor é casado com Sari Corte Real, que foi responsabilizada por deixar a criança sozinha no elevador antes de cair de uma altura de 35 metros. Ainda em nota, a Prefeitura afirmou que Sérgio vai prestar informações aos órgãos competentes "no momento próprio e de forma oficial".

Jornal do Commercio

Artistas e influenciadores do Brasil se manifestam

A morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos, gerou comoção nacional. Pelas redes sociais, artistas e influenciadores do Brasil repercutiram o caso e pedem justiça para a família do menino. A cantora carioca Iza pediu por justiça. Já a atriz e apresentadora Tata Werneck questionou o fato de Miguel estar sozinho em um elevador. Outros famosos como Thaila Ayala, Ludmilla, Bruna Marquezine, Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, também expressaram pesar pela morte.

DAY SANTOS / TV JORNAL - Local em que a criança estava quando caiu do prédio.

Segundo o perito André Amaral, a criança saiu do 5º andar e subiu de elevador até o 9º andar. Em seguida, ela foi para a área onde ficam os condensadores de ar, subiu em um deles e caiu. 

Confira nos vídeos abaixo a cobertura da TV Jornal sobre o Caso Miguel

O caso

Câmeras mostram menino no elevador

Dor na despedida

Mãe soube de carta pela imprensa

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pernambuco Polícia Militar Recife Caso Miguel
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