O síndico do prédio onde o menino Miguel Otávio, de 5 anos, caiu do nono andar, no último dia 2 de junho, Carlos Nobre, prestou depoimento à Polícia Civil na noite desta quarta-feira (10), na delegacia localizada no bairro Santo Amaro, área central do Recife. Durante o dia de hoje, o zelador do prédio e o advogado de Sarí Corte Real, suspeita de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, também estiveram no local.
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Carlos Nobre, que estava trabalhando no momento da queda da criança, explicou que durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19) houve uma eleição para definir o novo síndico do condomínio Pier Maurício de Nassau, mas a votação foi contestada por alguns moradores, por isso, ele tomou a frente da movimentação e no apoio à Polícia dentro do condomínio. Ele ocupou o cargo, oficialmente, até o dia 19 de maio, mas continuou exercendo as funções enquanto uma nova pessoa não era eleita.
"Foram feitas perguntas básicas, nada fora do padrão. O depoimento foi bem claro", relatou. Perguntado sobre a necessidade de tela de proteção na área onde a criança caiu, Nobre justificou que "não existe obrigatoriedade da tela. A legislação exige a tela em [alturas de] 1,10 e 1,20 metro, lá [no prédio] está com 1,25 metro. A alvenaria exigida seria 1,10 metro e lá está em 1,15 metro, portanto, está acima do que a legislação exige".
Segundo o Advogado de Sarí, que também esteve no local, ainda não há previsão de quando a sua cliente vai explicar à Polícia porque deixou a criança sozinha no elevador. "A versão dos fatos tem que ser dada ao delegado, que não pode saber da versão dela através da imprensa", disse Pedro Avelino.
Miguel havia sido levado pela mãe, Mirtes Renata, para a casa onde trabalhava porque ela não tinha com quem deixar a criança em função da pandemia. A patroa, Sari Mariana Côrte Real, pediu a ela que fosse passear com o cachorro. Ao fazer isso, Mirtes deixou o filho no apartamento, com a dona da casa.
A patroa deixou o menino entrar em um elevador, sozinho, para encontrar a mãe e voltou para casa para fazer a unha com uma manicure. O menino entrou no elevador, no quinto andar, e foi até o nono, de onde caiu.