A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, atinge principalmente o sistema respiratório de quem é acometido por ela. Em meio à esta pandemia, a tradicional festa de São João do Nordeste precisará ser adaptada. Dada a situação de emergência em saúde pública e por recomendação do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), os prefeitos de diversas cidades estão emitindo decretos para que seja proibido o acendimento de fogueiras e a queima de fogos de artifício, artefatos que podem aumentar, ainda mais, a incidência de doenças respiratórias e consequentemente a procura das unidades de saúde devido, ainda, a queimaduras e aglomerações. Não é à toa que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) se juntaram ao MPPE nesta campanha de conscientização.
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O MPPE lançou, nesta sexta-feira (12), uma campanha de conscientização do pernambucano para no período junino. O material conta com peças que circularão nas redes sociais – em plataformas como o WhatsApp, Instagram e Facebook, por e-mail marketing e também na televisão. A campanha procura alertar sobre a aglomeração de pessoas, que compromete o isolamento social; a fumaça, que aumenta o risco de doenças respiratórias (como asma, rinite, alergia, entre outras); o risco de queimaduras com fogos de artifício e fogueiras.
As informações sobre a impossibilidade de acender fogueiras, queimar e comercializar fogos está contida na Recomendação PGJ n.º 29/2020.
“A tradição junina é muito forte em nosso Estado. E nós sabemos que acender fogueiras e queimar fogos de artifício, naturalmente, provocam problemas relacionados à doenças respiratórias, o que pode resultar: no agravamento dos sintomas dos portadores da covid-19; aumento na procura de leitos hospitalares já escassos; bem como incentivar o processo de contágio devido à aglomeração de pessoas. Essa é uma ação impopular, mas essencial para que seja possível preservar vidas. Com a campanha, poderemos viralizar essa informação para que possamos conscientizar a população da extrema necessidade dessas medidas”, disse o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros.
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE) são parceiros do Ministério Público na campanha. “Nós que fazemos o Tribunal de Justiça de Pernambuco, apoiamos e endossamos integralmente essa campanha do Ministério Público de Pernambuco”, disse o presidente do TJPE, o desembargador Fernando Cerqueira. O presidente do TCE-PE, também reforça a necessidade da campanha. “Não acendam fogueiras. Respirar já é um grande desafio para quem desenvolveu a forma mais agressiva da Covid-19. Fogueiras tornam tudo bem mais difícil, principalmente porque as pessoas não têm a opção de viver e morar em outro lugar. O jeito será tentar sobreviver inalando muita fumaça e impurezas”, disse o presidente do TCE-PE, Dirceu Rodolfo.
A campanha é assinada pela equipe de publicidade do MMPE, com produção da assessora ministerial de Comunicação Social Evângela Andrade; planejamento, conceito e redação de Andréa Corradini; design e arte Leonardo Dourado; imagens da fotógrafa, Priscilla Buhr; edição e locução de Lais Rilda; e música do promotor de Justiça Diego Reis. “Realizei a composição em 2015, quando passava uma temporada na Alemanha. A música, que faz parte do disco ‘Forró Instrumental’, lançado em 2017, é feita em parceria com maestro Bozó e fala sobre a saudade da nossa terra e das nossas tradições”, disse o promotor de Justiça Diego Reis. Ele realizou a cessão dos direitos autorais ao MPPE para utilização da composição nesta campanha.
Este será um São João diferente,
pois no ano do Corona,
o mais importante mesmo
é a saúde da gente.
Com fumaça da fogueira,
é difícil respirar.
Asma, rinite, alergia,
problema de falta de ar.
Fogos causam queimadura,
o hospital precisa de lugar,
pra quem tá com o corona
poder se recuperar.
Cada um faz sua parte,
pra tudo isso passar.
Cuidando do coletivo,
vamos também nos cuidar.