Recife diz que casos do novo coronavírus vêm caindo há 31 dias

De acordo com a prefeitura da cidade, a tendência de queda no registro de novos casos começou no dia 16 de maio, quando Pernambuco iniciou uma quarentena mais rígida na capital, que seguiu até o dia 31 do mesmo mês
Bruna Oliveira
Publicado em 17/06/2020 às 14:16
Muita aglomeração de pessoas, no centro comercial do Bairro de Caixa D`água, na Zona Norte do Recife, após a flexibilização das medidas de isolamento contra o coronavírus. Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (17), o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, e o secretário de Saúde do município, Jailson Correia, afirmaram que a capital pernambucana atingiu a marca de 31 dias de diminuição dos novos casos de pessoas infectadas pelo coronavírus.

De acordo com a prefeitura da cidade, a tendência de queda no registro de novos casos começou no dia 16 de maio, quando Pernambuco iniciou uma quarentena mais rígida na capital e nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe e São Lourenço da Mata. As regras mais duras seguiram em vigor até o dia 31 do mesmo mês, porém nenhuma das cinco cidades conseguiram alcançar a meta de 70% de isolamento social, que era indicado pelas autoridades sanitárias. 

“Hoje nossa cidade chega a 31 dias de redução na curva de novos casos da covid-19. Isso mostra o acerto nas decisões que foram tomadas logo no início da pandemia, de fazer o isolamento social e de aumentar a rede de saúde", declarou Geraldo Júlio.

No dia 16 de maio, Recife confirmou 991 casos de covid-19, enquanto nessa terça-feira (16), 182 pessoas foram infectadas pela covid-19. Com isso, há uma tendência de queda na curva média de casos há 31 dias consecutivos. A cidade ressaltou que essa queda é resultado da tomada de medidas restritivas desde o início da pandemia, com a criação de sete hospitais de campanha que atualmente têm 971 leitos, dos quais 289 são Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Sepultamentos por covid-19

A Emlurb informa que a semana de 4 a 10 de maio, quando foi registrado o maior número de enterros por Síndrome Respiratória Aguda Grave por dia durante a pandemia, nos cemitérios públicos municipais, teve uma média diária de 65 sepultamentos. Este número atingiu a média de 18 sepultamentos por SRAG na semana passada, entre 8 e 14 de junho, uma redução de 72,3%.

Sepultamentos

Os números de sepultamentos nos cemitérios públicos municipais por Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pela covid-19, registraram queda de 72,3% de maio para junho. De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a semana de 4 a 10 de maio teve uma média diária de 65 sepultamentos. Já na semana passada, entre 8 e 14 de junho, foram registrados 18 sepultamentos em decorrência da doença.

Samu

Além da queda no números de casos de pessoas diagnosticadas com a covid-19, o secretário Jailson Correia também afirmou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Recife registrou redução nos chamados por causas respiratórias em quase 70% entre o início do mês de maio e o início de junho. De 160, os números caíram para cerca de 50 neste período.

Atendimentos nas unidades da atenção básica

Com 22 unidades da atenção básica à saúde, o Recife informou que também houve uma queda nos atendimentos na rede. No dia 11 de maio, todas as unidades chegaram a fazer 706 atendimentos de pessoas com suspeitas de infecção pelo vírus. Já nessa terça-feira (16), foram atendidas 159 pessoas.

Profissionais afastados

Um outro dado que revelou queda no período de maio e junho é de número de profissionais da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife afastados por suspeita de covid-19. Em maio, a capital pernambucana chegou a ter 977 profissionais afastados, enquanto nessa terça (16), o número de trabalhadores foi 113.

1,6 mil altas

Um outro número que traz acalento ao coração dos recifenses é da quantidade de altas nos hospitais de campanha construídos no Recife. Nesta quarta, a rede de saúde registrou 1,6 mil altas dos pacientes com covid-19.

"A gente chega também a 1.600 altas dos hospitais de campanha construídos pela Prefeitura do Recife. A pandemia está completando 100 dias em nossa cidade e desse tempo, um terço já é de queda no número de novos casos do coronavírus. Então eu quero agradecer a todos que conquistaram esse resultado, fazendo o isolamento social e também a todos que construíram as unidades de campanha e aos que trabalham fazendo atendimentos aos pacientes e salvando vidas”, disse Geraldo Júlio.

D.A.D.O

Para colocar em prática o Plano de Convivência estabelecido pelo Governo de Pernambuco, a Prefeitura do Recife contratou ao Porto Digital um estudo baseado num grande banco de dados que permite a leitura dos indicadores e a possibilidade de avanço ou retrocesso nas etapas de convivência com as atividades econômicas e sociais da cidade.

O D.A.D.O, como foi denominado, é plataforma de dados e algoritmos que tem o objetivo de facilitar e instrumentar a tomada de decisão sobre qualquer operação de interesse da cidade, que se divide em Indicadores de Risco da Cidade, Risco por Microrregião e Matriz de Prioridade de Abertura de Atividades.

O indicador de Risco da Cidade é calculado a partir da análise de índices do sistema de saúde, como a ocupação de UTIs e progressão de casos e óbitos por covid-19, índice de isolamento social e outros. Já o Risco por Microrregião leva em conta como esses dados se comportam nas diferentes áreas da cidade. O grupo formado pelos cientistas responsáveis pela plataforma e gestores das áreas afins da Prefeitura do Recife avaliam periodicamente os indicadores e tomam a decisão sobre os estágios do plano de convivência.


 

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