Atualizada às 12h13
Com informações da TV Jornal
Motoristas e donos de conduções escolares realizaram protesto, no início da manhã desta quarta-feira (30), na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para chamar atenção às dificuldades que têm passado com a paralisação das aulas presenciais pela pandemia.
Os manifestantes, organizados pela União dos Transportadores Escolares de Pernambuco, formaram uma grande fila de veículos estacionados na altura do Segundo Jardim. A carreata seguiu em trajeto até o Pina.
A entidade estima que quase 2 mil profissionais foram afetados pelas medidas de contenção do novo coronavírus. "Todos com depressão, todos tendo que entregar seu carros ao banco, que são financiados, todos saindo do Recife, indo para casa de família, para ser sustentado", comentou Maria Antonieta Marques, presidente da Associação de Transporte Escolar de Pernambuco.
Além de não poderem trabalhar, eles também não tiveram direito a receber o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal. Por isso, uma das demandas é por uma linha de crédito destinada ao segmento.
"Nós estamos solicitando junto ao governo federal uma linha de crédito, inclusive já está em negociação, inclusive já está em negociação com o Ministério da Economia. Estamos pleiteando um auxílio emergencial", afirmou Augusto Noblat, presidente do Sindicato de Transporte Escolar de Pernambuco.
Um dos condutores que estão com dificuldade de quitar as prestações do carro é Vagner José Morais. "Já paguei 27 parcelas, faltam 21 ainda. Tem parcela de R$ 1.120 e estou sem condições de pagar. Tenho que ficar escondido, porque não posso rodar com meu carro, porque está nesse impasse da busca e apreensão", contou.
Os trabalhadores também sofrem com os impactos psicológicos da quebra da rotina. "Temos um vínculo do dia a dia com as crianças, com os pais. Muitas vezes somos psicólogos, babá, criamos um vinculo amoroso com as crianças. E de repente nós vimos tudo isso cortado. Isso é muito doloroso para a gente. É muito duro o que a gente está passando", definiu a condutora Márcia Rabelo.
Procurado, o Governo de Pernambuco informou à reportagem do JC que os profissionais do segmento de transporte escolar podem ter acesso a uma linha de crédito voltada tanto para pessoa física quanto jurídica, disponibilizado pela Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE).
"Para pessoa física, a linha de crédito é no valor de até R$ 5 mil, com cinco meses de carência e sem juros. No caso de pessoa jurídica, é possível participar nas modalidades Microempreendedor Individual (MEI) ou Microempresa (ME). Serão disponibilizados recursos no valor de até R$ 10 mil, com carência de até seis meses e até 18 meses para pagar. A taxa de juros, em ambos os casos, é de 1,49% ao mês. Para ambas as categorias, é necessário ter permissão do DETRAN-PE para exercer, em veículo de sua propriedade, a atividade de condutor autônomo de passageiros, apresentando a Autorização Especial de Transporte de Escolares", falou, por nota.
O Estado ainda acrescentou que "está sempre aberto ao diálogo", mas que não foi procurado por representantes da categoria.