Um Dia de Finados atípico para quem visitou cemitérios do Grande Recife, nesta segunda-feira (2), para homenagear entes queridos que já se foram. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o movimento nos cemitérios, geralmente intenso nesta data, foi tranquilo. Além disso, protocolos para evitar aglomerações e garantir que as pessoas cumpram as medidas de higienização e uso de máscaras estão sendo adotados pelos cemitérios da Região Metropolitana.
No maior cemitério do Recife, o de Santo Amaro, área central da cidade, as ruas estavam vazias. Com as portas abertas desde as 7h, o local tem disponibilizado totens de álcool gel para os visitantes, que só podem entrar com máscaras de proteção. Para orientar quem vai prestar homenagem póstuma nesta segunda, funcionários do cemitério distribuem panfletos com os protocolos de prevenção à covid-19.
Além disso, diferente dos anos anteriores, as missas na capela central e as outras programações culturais foram suspensas para evitar aglomerações.
Mesmo com o pouco movimento, Um túmulo que nunca deixa de ser visitado é o da Menina Sem Nome. Todos os anos, o túmulo atrai vários devotos e é associado a milagres e graças alcançadas. Para agradecer e homenagear a menina, que foi encontrada morta na década de 1970 na praia do Pina, Zona Sul do Recife, as pessoas levaram brinquedos, doces, pipocas e até um bolo.
Já o túmulo do músico Chico Science recebeu a visitar fãs do artista, , morto em um acidente de carro em 1997. Entre os admiradores do cantor e compositor, estavam o garçom Pereira Campos Júnior, de 39 anos. Vestido com o chapéu e roupas que lembram Chico, o fã contou foi agradecer ao artista pelo seu legado para a cultura de Pernambuco.
No cemitério Parque das Flores, no Sancho, Zona Oeste do Recife, cerca de 2 mil pessoas foram sepultadas após serem contaminadas pelo novo coronavírus. Por causa do alto risco de contaminação, os velórios foram proibidos e familiares só puderam acompanhar os sepultamentos de longe. Nesta segunda-feira, pela primeira vez, muitas pessoas decidiram ir ao cemitério para ver os tumulos dos parentes que morreram vítimas da doença.
Assim como em Santo Amaro, logo na entrada do Parque das Flores, os visitantes recebiam mensagens e tinham as mãos higienizadas por funcionários.
Em Olinda, no Grande Recife, o cemitério de Guadalupe tem funcionários na porta com spray de álcool para a limpeza das mãos. Só é permitida a entrada de pessoas com máscaras e não se pode acender velas devido ao risco de acidente, uma vez que os visitantes estão com as mãos higienizadas com álcool. Além disso, o tempo máximo de permanência no cemitério foi limitado em uma hora.