Instituto Hippocampus recebe investimento de Suape para monitorar áreas de cavalos-marinhos em Pernambuco

Estudo vai possibilitar o embasamento de políticas públicas ambientais que garantam condições de sobrevivência à espécie
JC
Publicado em 18/11/2020 às 13:36
O Hippocampus está sem patrocínio fixo desde janeiro de 2016, sobrevivendo por meio de doações e parcerias Foto: DIVULGAÇÃO/SUAPE


Espécie ameaçada em extinção, o cavalo-marinho vai ser objeto de estudos para garantir sua preservação em Pernambuco. Um acordo que vai garantir o monitoramento da área de estuário da região de Suape, no Litoral Sul do Estado, foi firmado entre o Complexo de Suape e Instituto Hippocampus, entidade sem fins lucrativos dedicada à conservação do animal há mais de 25 anos. A partir do convênio, o parque industrial vai investir um aporte de R$ 299.957,19 para o instituto.

A pesquisa vai possibilitar o embasamento de políticas públicas ambientais que garantam condições de sobrevivência à espécie, assim como a implementação de ações concretas de preservação.


As equipes vão examinar as áreas de estuário dos rios Tatuoca, Massangana, Ipojuca, Merepe e na área do Porto Externo de Suape. As equipes vão realizar mergulhos para pesquisa nesses pontos, e acompanhar a atividade pesqueira para observar se há captura acidental dos animais - uma das principais causas da ameaça de extinção. Ainda serão promovidas atividades de educação ambiental com os pescadores de Suape, para sensibilizá-los da importância do cavalo-marinho para o bioma.

“Esta ação é uma das atividades voltadas para os ambientes marinho e estuarino do Porto de Suape que estamos desenvolvendo. Muitas outras estão em curso. Com esse estudo, além de contribuir com a preservação do cavalo-marinho e proteger essa espécie, que está praticamente extinta, estamos viabilizando a continuidade do Instituto Hippocampus, que por pouco não fecha as portas em definitivo, por falta de recursos”, disse o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Complexo de Suape, Carlos André Cavalcanti.

O Hippocampus está sem patrocínio fixo desde janeiro de 2016, sobrevivendo por meio de doações e parcerias. Por isso, precisou sair da sede que mantinha em Porto de Galinhas há mais de 20 anos, e se mudou em julho para o Centro de Treinamento (Cetreino), área cedida pelo Porto de Suape pelo período de um ano.

A coordenadora da entidade, Rosana Beatriz Silveira, explica que, por enquanto, mantém as pesquisas com grupos de reprodutores (plantel) de Maracaípe, cujos filhotes são soltos em Maracaípe. “Em Suape, vamos estudar se há presença da espécie, em que quantidade e se a população está estável ou não. Vamos traçar o perfil do animal e verificar a salinidade e temperatura da água. E coletar os plantéis locais, devolvendo os filhotes para seu habitat. Temos boas perspectivas para esse monitoramento que poderá servir de base para outros locais”, detalhou.

Os resultados do monitoramento será apresentado ao final do estudo, em um workshop voltado para a necessidade de políticas públicas de preservação da espécie. Deverão participar do encontro entidades da administração pública como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado (Semas), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e prefeituras locais.

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