Projetada por Burle Marx, Praça Salgado FIlho é símbolo do abandono

Equipamento está há sete anos sem manutenção geral
Amanda Rainheri
Publicado em 22/11/2020 às 10:57
DESCASO Lixo, vegetação seca e alta e vandalismo podem ser vistos em uma breve passada pelo jardim da Praça Salgado Filho. Espaço foi restaurado há sete anos Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Nem o título de patrimônio nem a assinatura ilustre de Roberto Burle Marx evitaram que a Praça Ministro Salgado Filho, na Imbiribeira, caísse no esquecimento por parte do poder público. O equipamento, que está em processo para se tornar patrimônio mundial pela Unesco, só reflete descaso. Lixo, vegetação seca e alta e vandalismo podem ser vistos em uma breve passada pelo jardim.

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O Jornal do Commercio esteve no local em 2017, quando produziu uma série sobre os jardins tombados do paisagista Burle Marx. Na época, o presidente da Emlurb Roberto Gusmão afirmou que a área verde, que passou por requalificação em 2013, seria novamente alvo de intervenções e que uma empresa - não especificada – havia se comprometido com a adoção do equipamento público. Três anos depois, a situação é a mesma.

“A praça foi restaurada em 2013, mas agora está em um estado anterior a como estava antes da requalificação. Não houve conservação devida pela Emlurb, que alega a falta de adoção. Lutamos muito junto à Infraero (antiga administradora do aeroporto) para ver se assumiam. Enquanto isso, a praça ficou se deteriorando, abandonada”, lamenta a arquiteta e urbanista Ana Rita Sá Carneiro, coordenadora do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Quem passa pelo local, geralmente para pegar ônibus nas imediações, reclama, sobretudo, da falta de segurança gerada pela negligência do poder público. “Está tudo abandonado, aqui tem assalto a qualquer hora do dia. Faz tempo que a situação é essa”, pontua a aposentada Josilda Cardoso, 65.

Em nota, a Emlurb informou que a praça "recebe manutenção periódica e ações de limpeza diariamente" e que a pasta "já está elaborando um levantamento das ações de recuperação necessárias à requalificação do espaço para incluí-lo na programação." Segundo o órgão, a última reforma, em 2013, custou cerca de R$ 1 milhão. 

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