Momentos de tensão foram vividos por passageiros de um trem que descarrilou na última sexta-feira (20), por volta das 7h05, na Estação Largo da Paz da Linha Sul do Metrô do Recife. O gerente administrativo Thalison Matheus, de 23 anos, gravou os momentos assustadores. Ele conta que ouviu explosões durante o acidente ferroviário e chegou a pensar que ia morrer.
"Eu peguei o metrô na Estação Joana Bezerra, daí seguimos normal. Quando chegou um pouco depois da ponte, o metrô tremeu e todo mundo começou a ficar nervoso e assustado. Quando chegou mais na frente, o trem ainda estava tremendo bastante. Foi quando ouvimos uma explosão, como se alguma parte do metrô tivesse estourado e se soltado", contou ele, que estava indo trabalhar no momento do descarrilamento do comboio.
De acordo com Thalison, quando o metrô desalinhou, os resíduos dos aparelhos de ar condicionado começaram a cair do teto. No vídeo que ele gravou, é possível ver o chão do veículo ferroviário com água. O gerente administrativo relatou também que os passageiros se juntaram em lados estratégicos do veículo para evitar que ele virasse. "Vou morrer agora", pensou ele.
Os momentos de tensão, segundo Thalison, duraram aproximadamente cinco minutos. "Depois que tudo passou, a gente parou na porta da estação do Largo da Paz. As pessoas se tumultuaram no local e gravaram vídeos e tiraram fotos. Ninguém chegou a desmaiar ou foi socorrido."
O passageiro criticou a falta de acolhimento aos passageiros que vivenciaram a experiência do descarrilamento do trem. "Eles não tiveram suporte para dar a gente. Um grande absurdo."
No dia do fato, a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU Recife) afirmou que o trem conseguiu se manter na plataforma e os passageiros desembarcaram com segurança, sem vítimas acidentadas.
Técnicos chegaram ao local para apurar as causas do incidente, sem previsão de conclusão da perícia. O grupo não descarta que o má funcionamento tenha sido provocada por vandalismo. "Pode ter sido problema com trem, questão com trilho, pode ter sido uma situação de roubo de presilha - última possibilidade que a gente está trabalhando", contou o gerente de comunicação da CBTU Recife, Salvino Gomes.