Durante cinco dias de ações, a Polícia Federal (PF) realizou a segunda fase da “Operação Turquesa”, que visa intensificar o combate ao tráfico de pessoas. A ação ocorreu em cinco aeroportos e nas fronteiras do Brasil, após a corporação ter sido convidada pela Interpol para sediar e coordenar a operação em conjunto com mais de 20 países. Em Pernambuco, a fase operacional foi realizada entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro, tendo destaque no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife.
Ao longo da semana, a PF buscou conter as ações de grupos do crime organizado que usam rotas de contrabando para outros países como Estados Unidos e Canadá, por exemplo. Centenas de imigrantes de diferentes nacionalidades foram inspecionados na operação, quando desembarcavam ou embarcavam no aeroporto do Recife, no entanto, apesar dos esforços, a operação terminou sem nenhuma ocorrência significativa.
O número de instaurações de inquéritos policiais e investigações sobre o tráfico de pessoas na PF dobrou entre 2018 e 2020, de acordo com a corporação. Nesse período, mais de 180 pessoas foram resgatadas das mãos do tráfico por policiais federais. Além da realização de de dezenas de prisões e condenações dos infratores, apesar do alto índice de subnotificações destes crimes.
Para tentar aumentar ainda mais o combate a este tipo de crime, a PF vai criar uma operação permanente no estado de Roraima. Batizada de “Projeto Mitra”, a operação-piloto servirá de referência para o restante do país, ao identificar, monitorar e cruzar dados de possíveis traficantes e coiotes, facilitando suas prisões e impedindo futuras ações.
Segundo dados da Organização Mundial do Trabalho (OMT), o tráfico humano movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano e tem 79% das suas vítimas destinadas à prostituição. O restante, 21%, é alvo de comércio de órgãos e exploração de trabalho escravo.
Cerca 63 mil vítimas de tráfico de pessoas foram detectadas em 106 países e territórios entre 2012 e 2014, de acordo com o relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). As mulheres têm sido a maior parte das vítimas — frequentemente destinadas à exploração sexual.
Segundo a PF, ao verificar que existem indícios de tráfico humano, é preciso seguir as seguintes orientações:
Em caso de Tráfico de Pessoas, denuncie. Disque: 100 ou Ligue: 180