Quando o Jornal do Commercio colocou sua primeira edição na rua, no dia 3 de abril de 1919, o mundo tentava se recompor depois do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Não bastasse o conflito, uma doença com sintomas de gripe começou a matar pessoas pelos cinco continentes, entre 1918 e 1919. No Brasil, os portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro foram as portas de entrada para a chamada Gripe Espanhola. Mais de 100 anos depois, a pandemia da covid-19 assola o mundo ainda com mais força. Hoje, como no passado, a esperança da superação é a mais poderosa arma para superar as adversidades, por mais difíceis que elas possam parecer. No presente, a covid-19 reforçou o papel do jornalismo na prestação de serviços, na informação rápida e na checagem de conteúdos para combater as fake news.
Celebrando 102 neste sábado (3), o Jornal do Commercio esteve presente na cobertura dos grandes acontecimentos que mudaram a vida das pessoas e o curso da história. Mesmo com todas as adversidades e percalços da história, o JC permanece firme no seu propósito de informar a população e continuar fazendo um jornalismo relevante e de qualidade.
A cobertura da covid-19 é um exemplo diário desse compromisso. Nos últimos anos, o JC vem fazendo um esforço de inovação, investindo em softwares e outras ferramentas para atender as necessidades dos leitores. Por meio desses instrumentos é possível entender melhor o perfil de quem busca as informações, que matérias são mais lidas, que temas estão sendo procurados, quanto tempo o usuário passa dentro do texto, se o leitor está no computador ou no celular, se ele viu a matéria no site ou nas redes sociais do jornal. A par de todas essas informações é possível entregar um conteúdo mais assertivo.
"Chegamos aos 102 anos com transformações importantes na forma como vamos priorizar a distribuição da notícia, agora totalmente digital, dando ainda mais força ao conteúdo, com seleção criteriosa das notícias da versão digital, disponível diariamente para o leitor, mas que andará lado a lado com o noticiário do site, blogs e portais nossos atualizados o tempo inteiro. Muda-se a forma de entregar a informação, mas a força do jornalismo permanece, sobretudo, em um momento tão complexo para a sociedade. Nunca se precisou tanto de informações precisa, com fontes oficiais e balizadas para fazer análise e ajudar a comunidade a entender seus desafios e sua tomada de decisão", diz o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça.
No caso do coronavírus, a cobertura permeia todas as editorias, com os principais temas de saúde, mas sem deixar de incluir economia, cidades, política e Brasil. O trabalho também conta com o protagonismo da jornalista especialista em saúde, Cinthya Leite, que assina a Coluna Saúde e Bem-Estar. Apaixonada pelo que faz, está sempre muito bem informada e transita muito bem entre as fontes de informação, que reconhecem seu trabalho e têm por ela um grande respeito.
Por se tratar de uma doença nova, a pandemia da covid-19 se transformou em um desafio para o jornalismo mundial. O enorme volume de informações, a abrangência global da doença, o desenvolvimento das vacinas em tempo recorde, a necessidade de distanciamento, o caos na saúde pública e a dor das famílias que perderam seus entes queridos tornam o trabalho difícil.
EXCLUSIVIDADE
Outro tema de saúde que assombrou o Brasil e foi destaque no JC foi a infecção pelo zika na gestação. No dia 23 de outubro de 2015, o jornal teve conhecimento do aumento incomum no número de recém-nascidos com microcefalia. As primeiras informações que chegaram à redação levantavam a hipótese de que os casos poderiam ter relação com infecção pelo zika na gestação. Na primeira matéria de Cinthya Leite, publicada no dia 24, os médicos Adélia Henriques Souza e Carlos Brito informaram sobre uma força-tarefa para se investigar o fato. A hipótese que viria a se confirmar foi divulgada com exclusividade pelo JC e depois foi repercutida por todo o Brasil.
O trabalho de investigação sobre a zika não se limitou aos casos, o jornal também acompanhou o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida, com o especial Zika em 1.000 dias, que apontou a sociabilidade, audição, visão, coordenação motora e desenvolvimento. O acompanhamento da imprensa pressionou por uma maior aproximação do poder público e de apoio às mães que foram infectadas pelo zika na gestação.
AIDS
Quando uma doença misteriosa e sexualmente transmissível surgiu nos anos 1980, o mundo sofreu outro abalo. Foram tempos de medo e incerteza. O Jornal também acompanhou o que acontecia no Brasil e no mundo, sem perder o olhar local. O primeiro caso de Aids em Pernambuco foi registrado em 1983, notificado pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Quando se completou três décadas da doença o JC publicou o especial ImpositHIVos na Luta contra a Aids, assinado pela ex-repórter especial Verônica Almeida.
DESAFIOS
Para além das coberturas, que ficam cada vez mais sofisticadas, o desafio é mirar no futuro e nas transformações digitais. Na semana que passou anunciamos que o JC passa a ter edição 100% digital, atendendo ao perfil do novo leitor e do novo mercado. E como nos tempos atuais o futuro deixou de ser algo distante, porque surgem novidades tecnológicas todos os dias, temos que estar preparados para o agora. O futuro é hoje.
"Apesar de todas as dificuldades, estamos vivendo um momento não só de mudança, mas de transformação. Mudaram os leitores, as formas de comunicação e expressão. O mundo transformou-se. No JC, a única coisa que não mudou foi nosso compromisso com a sociedade, com um jornalismo de credibilidade, em todas as plataformas", acrescentou Laurindo Ferreira, diretor de Redação do JC.