O suspeito de assassinar a pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, em João Pessoa, na Paraíba, passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (28). O tatuador de 23 anos foi preso em flagrante por policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) no final da noite dessa terça-feira (27) e teve a prisão convertida em preventiva pela juíza Virgínia de Lima Fernandes, da Vara de Execução de Penas Alternativas de João Pessoa.
- Suspeito de matar jovem pernambucana na Paraíba é preso
- Caderno de suspeito de matar pernambucana tinha anotações sobre assassinatos
Jonathan Henrique Conceição dos Santos ficará preso na Penitenciária Flóscolo da Nóbrega à disposição da Justiça. Na decisão, a juíza alegou que "as circunstâncias do delito e sua prisão demonstram a periculosidade do mesmo sendo imperiosa a sua permanência no cárcere, como medida necessária para garantir a ordem pública".
O texto afirma, ainda, que "verifica-se que há prova da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria. Denota-se claramente nos vídeos o custodiado Jonathan carregando o corpo na motocicleta pertencente a ele com o intuito de ocultar o cadáver, bem como as roupas da vítima foram encontradas em um tambor de lixo nas proximidades da residência do flagranteado, o que tornam suficientes os indícios de autoria do crime".
- Era uma pessoa amorosa e prestativa, diz prima sobre jovem de Caruaru encontrada morta em João Pessoa
- "Vou tomar banho de praia, mas domingo estou aqui para comemorar seu aniversário", disse Patrícia à avó, antes de ser morta
Segundo a juíza, "a prisão de justifica para a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, por se tratar de pessoa que já demonstrou sua periculosidade latente, embora primário, o cotejo de suas condições pessoas levam à conclusão patente e inafastável de que sua liberdade se configura risco concreto à ordem pública".
De acordo com a delegada de Crimes Contra a Pessoa (Homicídios) da Capital, Emília Ferraz, Jonathan Henrique foi preso após a polícia localizar um amigo dele, que foi até o apartamento do suspeito, no bairro de Gramame, para pegar alguns pertences.
"Vizinhos perceberam movimento no apartamento e ligaram para a Polícia Militar. Nossas esquipes foram até o local trouxeram ele para a Central de Polícia para prestar depoimento. Ele disse que era apenas amigo de Jonathas e, como não havia provas contra o mesmo, foi liberado", informou a delegada.
A prisão do tatuador aconteceu após o amigo prestar depoimento. "Os policiais criaram o argumento de que precisariam levar Marcos até a sua casa e quando chegaram lá, no bairro de Mangabeira, encontraram a moto de Jonathas e o próprio criminoso, que ainda tentou fugir, mas foi preso em flagrante", esclareceu o tenente-coronel Marcos Barros, comandante do 5º BPM.
Jonathan foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver e o amigo dele vai responder a procedimento criminal por favorecer a prática do crime e esconder uma pessoa que estava sendo procurada pela Polícia.
O caso
Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste do Estado, onde mora, na última sexta-feira (23), para encontrar o amigo. Dois dias depois, no domingo (25), numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, a vendedora se mostrou aflita porque estaria trancada no apartamento dele. Depois, avisou que estava tudo bem. E não mais respondeu à mãe.
Na madrugada desta terça-feira (27), vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Um dos vizinhos teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito é filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.
O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.
"Começamos as buscas em outra área, uma área muito extensa, mas informações da própria população nos chamaram a atenção em alguns detalhes e nós chegamos a esse ponto [que o corpo foi localizado]", disse o comandante do 5º BPM, coronel Barros. Não havia sinais de marca de tiros ou faca no corpo. Uma possibilidade é que a vendedora foi morta por asfixia, o que será comprovado após exames no Instituto de Medicina Legal. O corpo deve ser liberado hoje para enterro, à noite, em Caruaru.