Em nota divulgada no início da tarde deste domingo (30), o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) veio a público demonstrar "extrema preocupação com o aumento exponencial de casos e mortes pela covid-19" no Estado nas últimas semanas, sobretudo no Agreste. A entidade diz que chama atenção para o cenário porque as emergências daquela região estão superlotadas, com pacientes aguardando um leito de UTI ou de enfermaria, e no Recife, pacientes com coronavírus e outras enfermidades estariam "esgotando os recursos e retardando seus tratamentos".
"Há, reconhecidamente, esforços na abertura de novos leitos, mas a capacidade de se ter escalas de plantão completas é cada vez menor para assistir adequadamente os doentes. Os medicamentos vitais para sedação e ventilação mecânica estão escassos e já foi detectada a falta de oxigênio em algumas cidades do interior do Estado, que tiveram pacientes transferidos de urgência para outros municípios", diz trecho do comunicado.
>> Chuva e restrições deixam praia vazia. Veja imagens
>> Irmã de Paulo Gustavo desabafa sobre condolências de Bolsonaro: 'Não aceito os seus sentimentos'
>> Anvisa sugere medidas para conter novas variantes do coronavírus
No texto, o Cremepe afirma que as medidas sanitárias adotadas pelo governo estadual não foram suficientes para reduzir a taxa de transmissão da doença e que acredita que a razão seja o fato de que elas não foram tomadas em "amplitude", "intensidade" e "tempo" necessários para conter a propagação do vírus. O conselho também reforça que os médicos e demais profissionais de saúde estão trabalhando "quase no limite" das suas capacidades física e mental. "Há exaustão, cansaço e desesperança refletidos no rosto de cada profissional", declara.
Por fim, a entidade pede ao governador Paulo Câmara e aos prefeitos do Estado que "medidas restritivas mais rigorosas sejam tomadas em defesa da população. Que todo o esforço para a proteção social, econômica e alimentar seja feito de forma a proteger a população mais carente e vulnerável". Além disso, o Cremepe solicita que a população faça a sua parte, praticando o distanciamento social, usando máscara e realizando sempre a higienização das mãos com álcool ou sabão.
"Evitem festas, aglomerações, reuniões familiares ou de amigos e só saiam de casa quando estritamente necessário. Diante dos que insistem em não seguir os protocolos, mantenham a indignação e protestem", diz o comunicado, com um pedido para que a vacinação esteja rapidamente ao alcance de todos.