Luto

Aliança Nacional LGBTI lamenta morte de mulher trans no Recife e diz que na democracia não há espaço para barbárie

Roberta Nascimento teve 40% do corpo queimado no Cais de Santa Rita e estava internada desde 24 de junho

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 09/07/2021 às 13:55 | Atualizado em 09/07/2021 às 14:01
Movimento internacional pede respeito às diferenças - lillen/Pixabay

A Aliança Nacional LGBTI lamentou a morte de Roberta Nascimento Silva, 33 anos, mulher trans que teve 40% do corpo queimado no Cais de Santa Rita, no Recife. Ela estava internada desde 24 de junho, no Hospital da Restauração, e veio a óbito por volta das 9h desta sexta-feira (9).

"Reafirmamos que vamos continuar o nosso compromisso de atuar para que a Justiça e a educação vençam a violência, a intolerância e o preconceito. Neste momento de dor, prestamos toda a solidariedade à família, amigos e esperamos que os órgãos competentes possam criar políticas públicas ao enfrentamento da LGBTfobia que é crime e interrompe trajetórias como a de Roberta Silva, em uma sociedade democrática e de direito não há espaço para barbárie, ódio e intolerância", diz a Aliança em nota.

 

O caso

O caso aconteceu no dia 24 de junho e ela estava internada na unidade de saúde desde então. Após ter tido o braço esquerdo amputado, Roberta apresentou melhora, estava consciente e respirando sem ajuda de aparelhos. No último domingo (4), entretanto, ela precisou ser intubada novamente após apresentar depressão respiratória e foi transferida para a UTI no dia seguinte.

O suspeito de cometer o "ato infracional", por se tratar de um adolescente, foi apreendido e levado para um serviço de atendimento provisório. O caso segue sob investigação.

No início da semana, a mãe de Roberta concedeu entrevista à TV Jornal, na qual relatou a dor de ver de perto a violência sofrida pela filha. "Eu tenho pressão alta, deu uma dor em mim e fui socorrida. Foi muito forte vê-la queimada daquele jeito, ficou muito marcada. Quando saio de lá (do hospital), me sinto mal. Quando chego em casa, tenho que tomar remédio. Às vezes, durmo tarde", afirmou. Ela preferiu não ser identificada.

Como denunciar LGBTfobia

A sociedade em geral e a população LGBTI podem denunciar qualquer ato violador dos seus Direitos pelo CECH, através dos números (81) 3182-7665/ 3182-7607, do e-mail centrolgbtpe@gmail.com, ou presencialmente na sede do órgão localizado na Rua Santo Elias, 535, bairro do Espinheiro. O governo do estado garante sigilo das informações. Já a Prefeitura do Recife disponibiliza plataforma online de denúncias contra LGBTfobia através do link http://bit.ly/DenunciaLGBTRecife. Vítimas também podem procurar o Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife. O equipamento fica na Rua dos Médicis, nº 86, Boa Vista, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

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