O litoral de Pernambuco passará a ter 67 ataques de tubarão, quando o incidente que ocorreu na tarde deste sábado (10) for contabilizado. No total, foram 66 ataques - incluindo quatro no Arquipélago de Fernando de Noronha - que ocorreram entre 1992 e 2018, segundo os dados do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Na costa continental do Estado, foram 62 incidentes. O local campeão neste tipo de evento é a praia em frente à Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, com 13 ataques de tubarão, incluindo o desta tarde. Logo depois, vem as imediações do Acaiaca com seis incidentes e as proximidades do Castelinho, onde ocorreram quatro casos.
A concentração dos ataques ocorre na Zona Sul da Região Metropolitana do Recife, principalmente nas praias de Boa Viagem e Piedade. "Era para as pessoas terem medo de entrar na água em áreas como a Igrejinha de Piedade e o Castelinho, porque ambas têm um canal não muito longe da costa utilizado pelos tubarões. Esse canal fica mais próximo da costa na altura do Castelinho e da Igrejinha de Piedade", explica a professora de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Rosângela Lessa, especialista em tubarões.
Também foram registrados quatro ataques na Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e três nas imediações do Hospital da Aeronáutica, em Jaboatão dos Guararapes. As informações do Cemit foram atualizadas até o dia 15 de fevereiro de 2019, contabilizando 62 ataques na costa continental de Pernambuco. O último ataque no litoral pernambucano ocorreu em junho de 2018 nas imediações da Igrejinha de Piedade. "Podem passar meses ou um ano, mas isso não quer dizer que não vá acontecer de novo. O melhor é evitar esses lugares onde já ocorreram esses incidentes", comenta Rosângela.
Ela lembra que os meses de junho e julho ocorrem mais ataques de tubarão, porque é inverno. "As águas turvas atraem o tubarão. É importante não ir além dos arrecifes. Não passar muito tempo na água. Evitar os horários de manhã cedo e à tardinha. E não entrar na água com brinco ou joias que causam uma atração no animal porque brilham", aconselha Rosângela, acrescentando que no mar agitado é mais propício ter tubarão.