Com informações da TV Jornal
Nessa quarta-feira (13) as avós da bebê Ágata, de 14 dias, falaram sobre o sentimento de angústia e alívio que passam nas últimas horas. Isso porque, por volta das 3h40, da madrugada uma viatura da Polícia Militar (PM) que prestava socorro à criança que teria se engasgado com leite, colidiu com um caminhão que passava pela via, no bairro do Janga, em Paulista.
Com o impacto, a mãe da criança que também estava no veículo desmaiou. Ela chegou a ser socorrida pelo SAMU com dores abdominais para o Hospital da Restauração (HR), localizado no bairro do Derby, área Central do Recife. De acordo com a diretoria do HR, a mulher de 23 anos teve um trauma na face e vai deve fazer uma sutura ainda nesta quarta-feira. Caso continue estável, pode ser liberada no mesmo dia.
A criança não sofreu nada no incidente e passa bem. “Eu sei que foi Deus que livrou a minha neta e a minha filha. Quando eu recebi a notícia eu chorei demais, mas graças a Deus minha netinha está nos meus braços”, relatou a diarista Maria Edilene da Silva.
O mecânico Bruno Gomes, pai da criança, seguia a viatura em outro carro acompanhado da filha mais velha do casal, de 3 anos. A criança presenciou todo o momento. "Quando eu vi a batida coloquei a mão na cabeça e disse: Meu Deus do céu não deixe acontecer isso comigo não. Minha filha nasceu novamente. Eu só não estou tão aliviado por minha esposa ainda estar naquela situação, mas quando ela tiver bem vai estar tudo certo, se Deus quiser", declarou.
Família denuncia unidade de saúde
Familiares das vítimas denunciam uma possível negligência do Hospital Nossa Senhora do Ó, em Paulista. De acordo com eles, a unidade não teria prestado socorro à criança, o que fez com os pais saírem para buscar ajuda e teria desencadeado o incidente.
“O pai foi junto com elas ao hospital e bateu no vidro e ninguém atendeu. Ele não tem habilitação, então foi pedir socorro à polícia. Os policiais foram levar eles para um hospital mais próximo. Se o Hospital Nossa Senhora do Ó tivesse atendido a criança esse acidente não teria acontecido”, declara Sula Belarmino, avó paterna de Ágata.
"Por volta de 2h30 da manhã minha esposa disse que ela estava sem respirar. Então eu liguei para o 193 dos bombeiros para pedir instruções. Eles falaram para emborcar ela e dar tapinhas nas costas, mas nada aconteceu. Então decidimos levar ela pro Hospital Nossa Senhora do Ó, mas quando chegamos lá as portas estavam fechadas, o hospital é 24h mas a porta estava fechada. Então fomos para o posto [da polícia] pedir ajuda", relata o pai de Ágata.
Leia a nota do Hospital na Íntegra
A Direção do Hospital Nossa Senhora do Ó, vem a público informar que o funcionamento de sua emergência Cardiológica e Primeiros Socorros é de 24 horas, sem qualquer interrupção.
Deste modo, no momento do acidente o hospital encontrava-se no exercício integral de suas atividades.
Importante lembrar que qualquer conclusão distinta a este informe é de cunho pessoal e particular, uma vez que diverge por completo a das práticas habituais desta Unidade de Saúde.
Elucida ainda, que, como empresa responsável do seu compromisso social com à Saúde e de seu dever legal e moral, no momento do acidente, disponibilizou todos os profissionais disponíveis e necessários a prestação dos primeiros socorros de todas as vítimas envolvidas.
Colisão
Câmeras de segurança de um prédio flagraram o momento exato da batida. Nas imagens, é possível ver a viatura da PM, sentido Paulista, entrando na contramão, quando atinge de frente um caminhão que vinha no sentido contrário. Em seguida, os dois veículos rodam na pista.
De acordo com a PM e o Corpo de Bombeiros, os policiais militares vinham em alta velocidade porque estavam socorrendo uma criança recém nascida. O bebê, de apenas 13 dias, teria se engasgado com leite materno e estava sendo levado para o Hospital Nossa Senhora do Ó. Além dos dois policiais e a bebê, a mãe da criança também estava no carro.
Por conta da batida, viatura ficou completamente destruída. O motor se despedaçou, o vidro dianteiro quebrou e os airbags foram acionados. "Foi um barulho muito grande, acordou eu, minha esposa, todo mundo", relata um morador.