Desde o final de semana, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e o Instituto Naiconal de Meteorologia (Inmet) emitiram alerta de chuva moderada a forte em Pernambuco. Entre sexta-feira (20) e domingo (22), a previsão não se confirmou e choveu pouco, mas nesta segunda (23) ela surgiu com força. Sempre que os volumes são altos acende o alerta para o "mapa de perigo" nos morros da Região Metropolitana do Recife (RMR). Não é só a capital pernambucana, com 67% do seu território em área de morro, que corre risco com a chuva.
Moreno (92%), Camaragibe (86%), São Lourenço da Mata (73%), Itapissuma (68%), Abreu e Lima (66%), Olinda (52%), Jaboatão dos Guararapes (43%) e muitos outros dos 14 municípios do Grande Recife têm uma grande área de seu território em região de morro. O aumento da pobreza, sobretudo nos últimos quatro anos, empurrou um número cada vez maior de pessoas para morar 'enpoleiradas' nos altos das cidades.
Na tarde desta segunda (23), a Apac renovou o alerta de chuvas e revisou a intensidade de amarelo para laranja, o que indica situação de perigo. O meteorologista da Apac, Fabiano Prestrêlo, destaca que as cidades onde mais choveram foram Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, superando os 50 milímetros nas últimas seis horas.
"Também tivemos rajadas de ventos de 75 quilômetros por hora em São Lourenço da Mata. Para amnhã a previsaõ é que continue chovendo, principalmente à tarde e à noite. E nesta segunda ainda deve chover durante a madrugada", observa Prestrêlo.
RISCO MUTÁVEL
A Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) explica as áreas de risco são mutáveis. "Podemos destacar que a população residente em áreas de encostas de morros, em regiões ribeirinhas e em áreas onde normalmente acontecem alagamentos devem manter-se alerta evitando transitar nas áreas alegadas, observar o aumento da água e ao menor sinal de risco deixar suas residências carregando consigo documentos e roupas", alerta, por meio de nota.
É nas encostas dos morros onde está a maior suscetibilidade ao risco quando é ocupada pela população. Os municípios litorâneos tenem a ter mais problemas com a ocupação de suas escostas, por conta das condições climáticas tropicais mais rigorosas e a alta densidade ocupacional dos morros. No caso do Recife, a moradia nos morros da cidade está diretamente relacionada à condição social e econômica de grande parte da população recifense, capital considerada como a mais desigual do Brasil.
Para 2022, a Prefeitura do Recife tem como meta cobrir 15 mil pontos de risco este ano. A PCR se impôs o desafio de fazer sua maior Ação Inverno. A operação tem orçamento de R$ 148 milhões, investidos em medidas de prevenção, monitoramento, eliminação de pontos críticos, e obras de micro e macrodrenagem (50% a mais que no último ano), quando custou R$ 96,6 milhões dos cofres municipais.
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