Trinta e três das 129 mortes que aconteceram em decorrência das chuvas em Pernambuco foram de pessoas com menos de 18 anos, segundo levantamento divulgado somente nesta sexta-feira (10) pela Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS-PE).
Do total de vítimas fatais, 63 tinham entre 31 e 65 anos; 24 estavam na faixa entre 18 e 30 anos; 24 eram crianças de 1 a 12 anos; 9 tinham mais de 65 anos; 8 eram adolescentes de 13 a 17 anos; e um era recém-nascido.
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Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi a cidade com maior número de mortes; 64, ao todo. Logo atrás de Jaboatão, está o Recife, com 50 vítimas. Depois vem Camaragibe, que registrou 7 mortes, e Olinda, com 6. Limoeiro e Paulista tiveram, cada uma, um registro. A localização levou em conta o ponto do deslizamento de barreira ou enchente.
Conforme o estudo, das 129 vítimas, 120 (ou 93%) morreram soterradas em deslizamentos de barreiras e 9 (que representa 7%) vieram a óbito por afogamento. As mortes ocorreram principalmente nos dias 28 (101) e 29 de maio (17), e o restante foi nos dias 25 (5), 30 (3), 31 (2), todos em maio, e uma no dia 7 de junho.
Das vítimas, 71 eram mulheres (55%) e 58 eram homens (45%).
Demora na divulgação
As informações sobre as vítimas ainda não haviam sido fornecidas à imprensa desde o começo das mortes, em 25 de maio. Por nota, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, justificou que o panorama só pôde ser consolidado agora, dias depois, "dada a complexidade social e as fontes de informações".
"A prioridade, em um primeiro momento, foram os resgates e salvamentos com vida de mais de 2,5 mil pessoas que estavam ilhadas, as operações de defesa civil, a localização e identificação de todos os desaparecidos, devidamente periciados e entregues a suas famílias, o transporte de mantimentos e o apoio social às comunidades atingidas, o que ainda está sendo feito. Mas é preciso se debruçar e analisar essa triste realidade, para nortear com maior precisão as políticas públicas, além de subsidiar nossos planos de prevenção e contenção de desastres ambientais e climáticos", afirmou.
Segundo a pasta, o levantamento foi feito por meio da Gerência de Análise Criminal e Estatística (Gace) da SDS, com base no georreferenciamento dos bairros das cidades pernambucanas e informações coletadas junto a prefeituras, Corpo de Bombeiros, órgãos estadual e municipais de Defesa Civil, Instituto de Medicina Legal (IML) e sistema Infopol.