MEIO AMBIENTE

Jovens do Pina e de Brasília Teimosa são conscientizados pela importância dos manguezais em aula em campo no Recife

O passeio por cerca de 4 quilômetros do Rio Capibaribe foi promovido pelo Instituto IJCPM e pelo RioMar Recife na manhã desta sexta-feira (29)

Katarina Moraes
Cadastrado por
Katarina Moraes
Publicado em 29/07/2022 às 12:02 | Atualizado em 29/07/2022 às 17:34
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Aula-campo aconteceu na semana do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, comemorado em 26 de julho - FOTO: WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Leitura:

Com informações da repórter Cinthia Ferreira, da TV Jornal

Na semana do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, jovens do Pina e de Brasília Teimosa vivenciaram um dia de aula diferente. Na manhã desta sexta-feira (29), em vez de carteiras, sentaram em barcos. Tiraram os olhos das lousas para assistir à paisagem do Recife e aprender, na prática, sobre o mangue: um dos grandes símbolos da capital pernambucana.

O passeio por cerca de 4 quilômetros do Rio Capibaribe foi promovido pelo Instituto IJCPM e pelo RioMar Recife, que tiveram a ideia de usar a conscientização sobre o ecossistema para celebrar a data comemorativa. Isso porque, ainda que o manguezal esteja fisicamente próximo aos alunos desses bairros da Zona Sul, nem todos têm oportunidade de realmente vivenciá-lo.

“Eu só conhecia o mangue de longe, porque via enquanto estava passando por ele no ônibus. Mas aqui dentro é diferente. Estamos aprendendo mais sobre o mangue. A experiência é incrível”, contou a estudante Raquel Mayana.

A aula-campo de cerca de duas horas foi exclusiva para dez jovens matriculados nos cursos do IJCPM que se inscreveram para participar da imersão. Ele saíram às 7h40 em quatro barcos da Z1 – primeira colônia de Pescadores do Recife, em Brasília Teimosa.

Para o coordenador do IJCPM, Carlos Duarte, foi uma oportunidade dos adolescentes verem o mangue “de um ângulo diferente”.

“É super importante que a gente possa trazer essa abordagem para eles entenderem a importância dessa vegetação para a vida da comunidade. A gente tem sentido que temos jovens cada vez mais preocupados com a pauta da sustentabilidade”, disse.

WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Aula-campo aconteceu na semana do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, comemorado em 26 de julho - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Aula-campo aconteceu na semana do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, comemorado em 26 de julho - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Aula-campo aconteceu na semana do Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, comemorado em 26 de julho - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM

O biólogo, professor adjunto e pesquisador da Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho Júnior foi quem conduziu a aula sobre os manguezais - que, segundo ele, já perdeu 50% de sua área original na cidade. Hoje, restam apenas 5,5 km² de extensão, um pouco que precisa urgentemente ser preservado.

“Os manguezais prestam diversos serviços ecossistêmicos, desde filtro biológico, berçário - que é o que mais entendem, já que estão em um lugar de pesca - e atualmente existe uma discussão da contribuição do manguezal no sequestro de carbono”, afirmou.

A analista de meio ambiente do RioMar, Jussara Paula, reiterou que a preservação do mangue é um trabalho em conjunto e uma responsabilidade compartilhada a serem abraçados por toda a sociedade.

“A gente sabe que o setor privado tem uma responsabilidade, assim como o poder público. Esse trabalho é para sensibilizar as pessoas sobre a importância desse ecossistema, que é um berçário natural da fauna marinha e que precisa se manter apesar de todos os problemas que ocorrem na nossa cidade”, pontuou.

Djully Alves participou e aprovou o passeio, que rendeu aprendizados sobre o meio ambiente. “Se as pessoas conhecessem mais, não teria tanta poluição quanto tem. O espaço seria mais preservado, o que seria muito benéfico tanto para a gente que convive aqui, quanto para o planeta”, colocou.

Em um país onde a educação não chega a todos, a informação é essencial para a cidadania ambiental, defendeu Clemente. “A ideia de trazer essa informação para o jovem é para que a gente possa formar opinião e continue na luta de proteção por esse importante ecossistema. Quando a gente traz a ciência dentro e fora da sala de aula, estamos formando esses cidadãos."

Comentários

Últimas notícias