Com informações da repórter Beatriz Albuquerque, da TV Jornal
As fortes chuvas que caíram na Região Metropolitana do Recife, nesta terça-feira (2), acabaram provocando alguns graves transtornos na vida dos pernambucanos.
De acordo com a Codecipe, o órgão recebeu três ocorrências de deslizamentos: uma em Olinda, no bairro de Caixa D’água, sem vítimas; dois no Recife, nos bairros Vasco da Gama e Alto do Pascoal, com uma pessoa desalojada. Além desses casos, parte de uma casa localizada na comunidade das Malvinas, no bairro da Várzea, acabou desabando.
"Hoje pela manhã, eu me levantei e fui fazer o café. Depois acabei indo na casa da vizinha e voltei. Sendo que antes de levar a minha filha para fazer fisioterapia, que ela é cadeirante, resolvi fazer um pouco de arroz para quando voltasse, por volta das 14h, ter alguma coisa para comer. Sendo que quando cheguei no fogão e fui pegar a panela, escutei estralo. Pensei que tinha sido um gato que tinha ficado preso na casa do meu filho (na parte detrás da casa, numa espécie de anexo), que ele já tinha desocupado por conta do risco", explicou Eliane Silva.
Diante do barulho, quando ela foi conferir do que se tratava, o susto. "Quando cheguei lá atrás vi que a parede tinha cedido e caiu em cima da porta, pois estava tudo aberto. Foi aí que percebi que a casa estava caindo... Só deu tempo de correr pelo beco, chegar no portão e fazer a curva. Só ouvi o estrondo e comecei a gritar", disse dona Eliane ao choro, lamentando o fato de ter visto a casa onde morou por mais de 45 anos desabar.
Ainda segundo a dona de casa, a Defesa Civil já teria confirmado o pagamento de um auxílio para ela devido a perda material. Porém, a quantia não é suficiente para ela recomeçar a vida. "Mesmo com o auxílio, onde vou alugar uma casa com apenas R$ 300,00? Eu sou sozinha para tudo. Nem para reconstruir a minha casa eu tenho condições", lamentou dona Eliane.
Casas estavam condenadas pela Defesa Civil
Segundo os moradores da comunidade das Malvinas, no bairro da Várzea , além da casa da idosa, outras quatro residências foram condenadas pela Defesa Civil. "Meu marido faleceu e eu fiquei com quatro filhos todos menores na época. Criei todos lavando roupa, fazendo faxina... Eles cresceram e eu fiquei aqui, mas agora não posso mais. Isso dói muito, pois não vou ter mais o meu canto", falou entristecida.